Aventuras linguísticas

Nunca foi tão difícil entender-se, e é claro para estudiosos que, apesar das facilidades que o advento da internet proporcionou, ela também tem sido estudada como um agravante na maneira de cada um se comunicar – eu diria não se comunicar - socialmente.

Nossa tão surrada e mal falada Língua Portuguesa anda meio em desuso, ou se transformando. Falei anteriormente sobre os modismos do internetês não oficiais e o mau uso da nossa não-cultura televisiva e musical da atualidade. Toda mudança, é óbvio, histórica e social gera conflitos por parte dos mais conservadores e catedráticos linguistas.

Sempre gostei e tive certa facilidade em aprender outra Língua. Em minha época de Ginásio, hoje chamado Fundamental II, aprendia-se Francês. Le Frances, quelle belle langue!!!

Tive a sorte de ser de uma época na qual a gente aprendia, mesmo que sem crítica, ou refreados pela censura na área de Humanas, aprendíamos à força a Matemática e a Língua Portuguesa, uns mais outros menos, de acordo com as aptidões, o que os conceitos também mudaram, de acordo, hoje, com as habilidades se chegava às competências.

Pois bem, acontece que um certo professor de Francês nativo ficou marcado em minha vida. Não sei se foi somente na minha. O que sei é que ele me ensinou muito.

Tinha uma didática invejável. Fazia biquinhos e os trejeitos de como se utilizar da língua nos “ês” fechados e nos tritongos “eaus” eram hilários. Era só alegria, com seus bicos nos lábios ao pronunciar cada palavra. Por se dizer, um palhaço – parecia-se com o Curly, o gordinho de Os três patetas, série de T.V. conhecida nos anos 60 e 70.

Conheci os mecanismos da Língua e o professor paizão que nos ensinou La Marseillaise. Isso mesmo, o Hino Nacional da França, aos tenros 11 anos. Nunca mais esqueci. Letra e pronúncia Tradução e biquinhos.

Mais tarde, fui estudar novamente a Língua e pedi humildemente à professora me corrigir se estivesse errado o Hino. Para minha indignação, nada a dizer. Cantei a primeira parte sem erros. As outras, aprenderia depois.

Não é à toa que hoje me dedico à educação, com todos os desafios que esta profissão nos exige, em uma sociedade tão complicada e com tanta violência social e problemática, que dispensam comentário neste momento.

Acho que não estou nela à toa. Como acredito em minha árdua missão ao citar momentos bonitos da educação que tive. Como a do professor de Francês. Je suis heureux dans ma profession. À bientôt !

Silvinhapoeta
Enviado por Silvinhapoeta em 31/03/2018
Código do texto: T6295987
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