YES! WE CAN! SIM! NÓS PODEMOS!

Em algumas passagens da vida já precisamos de alguém seja para um apoio, seja para uma informação do dia a dia, seja para ser atendido em um hospital por um médico. Mais do que nunca, basta olharmos em volta que não será difícil constatar que todos indistintamente somos seres coletivos, isto é, não podemos viver sem o próximo. De alguma forma almejamos a atenção dos outros em algum momento. Avidamos por um sorriso, por um carinho, por uma emoção, por uma parceria ou tratamento. Sempre temos necessidades diversas que nos levam ao nosso semelhante. Imaginemos como seria a vida se não fôssemos benevolentes? Se não tivéssemos humanidade, solidariedade para lidar com os que estão nas cercanias! Com certeza existiriam mais guerras, mais homicídios, mais violência. A fraternidade e o anseio por igualdade leva-nos a um sentimento de perspectiva e de pacificação da mente e do espírito.

É de se admirar quando observamos pessoas e entidades que por sua capacidade de integração e de mobilização exercem papel fundamental de inclusão social, de apoio ao próximo que direciona a quem precisa ao mercado, a uma profissão, a uma ocupação na sociedade ainda que sejam, por exemplo, portadores de necessidades especiais; ou estejam em recuperação após terem vivenciado tratamento em relação ao uso de drogas, álcool, etc. Essas pessoas e instituições além de grandes bem feitores são considerados cooperativistas sociais, pois devolvem a sociedade tudo o que ela lhes proporcionou de sucesso e prosperidade. Desse modo o corpo social inicia um novo tempo no acolhimento e valorização do cidadão, que por vezes não acreditava mais em si, todavia agora tem motivo e fé para continuar a sonhar, que não é mais excluído, que encontrou uma razão para viver e ser útil no meio social e laborativo. Quantas famílias hoje são glorificadas em Deus por terem encontrado nesse caminho um alento e uma paz de espírito que há muito não sentiam!

Vale dizer que o cooperativismo social chegou ao Brasil no rastro da luta antimanicomial nos anos 1980, por meio dos movimentos de reforma psiquiátrica inspirados na experiência parecida que era desenvolvida na Itália. Em 1999, foi publicada a lei brasileira, de número 9.867/99, que instituiu os objetivos públicos dos integrantes das cooperativas sociais. De acordo com o Art. 1º dessa lei, “as cooperativas sociais, constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentam-se no interesse geral da comunidade em promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos”. Nascidas na Europa há mais cem anos, as cooperativas sociais representam modelos organizacionais alternativos que rompem com o funcionamento vertical das empresas capitalistas. No século 19, na Inglaterra, na França ou na Itália, as primeiras cooperativas de consumo juntaram homens e mulheres que queriam organizar a compra e distribuição coletiva de bens pelas suas comunidades. Ao longo dos anos, apareceram também cooperativas de trabalho que reuniam trabalhadores em busca de liberdade e autonomia em relação ao mundo industrial dominado pelos donos do capital.

Portanto podemos em algum momento conceber que a cooperação social se deve deixar a cargo somente de empresas ou de entidades. Ledo engano! Todos nós sem preceitos somos responsáveis pela inclusão social em nosso meio. Quantas vezes lidamos com pessoas portadoras de necessidades, pessoas em situação de rua, outros que vivem desamparadas como usuárias de entorpecentes ou alcoolizadas, na miséria, sem uma ocupação e sem esperança para a vida. Cada um é responsável pelo ambiente em que vive. Haverá uma era não longínqua que teremos a sensibilidade e a consciência de que podemos cooperar uns com os outros, ainda que não tenhamos muito a oferecer. Pois se não temos a capacidade imediata ou o poder econômico para tal, seremos capazes de mobilizar, de levar a conhecimento de instituições, de pessoas que possam fazer. Dessa forma, certamente estaremos contribuindo para transformar a sociedade com a inclusão social, com expectativa de um futuro melhor ou mesmo de saber que estamos no cumprimento do nosso papel de cidadão responsável e participativo. E com confiança amanhã poderemos contemplar ao nosso redor e dizer que de alguma forma colaboramos para a melhor convivência na sociedade e para dar esperança a quem por vezes já a tinha perdido.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 08/04/2018
Código do texto: T6302745
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