Brasil sem rumo, é possível mudar...

O Brasil de hoje, sem rumo, possui um presidente e legisladores reativos, que acreditam que o limite da indignação do povo não tem fim e que a banda pode seguir assim, tocando uma ciranda já de há muito insuportável.

Por sua vez, a população segue dividida, fazendo o jogo desses senhores que não querem nenhuma mudança que venha rearranjar a estrutura social do país, razão para que poucas famílias nos ditem regras já há mais de 70 anos, mantendo a espoliação escandalosa de 205 milhões de brasileiros.

A ausência de líderes, nesse momento, impede uma agenda mínima de ações para, de imediato, desarmar espíritos, estabelecer uma trégua e acordar o que contemple a dignidade do povo sofrido que não tem emprego, vive na informalidade, não tem acesso à assistência médica, medicamentosa e social justamente pelo sucateamento do SUS e ainda são taxados de vagabundos, comprovando-se que generalizações denigrem, ofendem e antagonizam.

Caminhoneiros, até semanas atrás, historicamente vivendo em situações precárias, com jornadas de trabalho absurdas, muitos deles doentes física e emocionalmente, com casos de dependência química funcional, recebendo valores vis por fretes, malnutridos, dormindo pelas estradas malcuidadas, escorchados por custos de pedágios e financiamentos abusivos de sua ferramenta de trabalho conseguiram parar o país e dar um alento geral, é possível reagir.

A culpa que os reativos e agora açodados governantes querem impor aos caminhoneiros é injusta, eles, os caminhoneiros, é que foram colocados contra a parede.

As demais categorias de trabalhadores precisam também acreditar que o momento de agora é crucial.

Pequenos e médios agricultores não estão conseguindo escoar sua produção, endividados, sem seguro contra seca e inundações, são também vítimas históricas de nossos reativos governantes e não dos caminhoneiros.

A população que já sofre com o desabastecimento, justamente indignada com o passar dos dias, deve lembrar, faz parte dos 205 milhões de brasileiros que almeja um futuro melhor para as próximas gerações, ações de agora germinarão nos próximos 50 anos, pode parecer muito e muitos de nós não estaremos aqui para ver esse Brasil melhor.

Faz tempo que essas velhas raposas não se sentiam acuadas, precisam assim continuar e entender que são empregadas do povo.

O tempo perdido pelo descaso para com as áreas da Educação e Ciência e Tecnologia, que representaria retornos garantidos, exigirá décadas para minimamente reorganizá-las, não podemos esperar mais.

Precisamos de equilíbrio, brasileiros, os que nos governam é quem devem merecer nossa vigilância e cobranças permanentes.

Não podemos nos confundir, ao invés de muros e desavenças, façamos mais pontes.

Independente dos credos e doutrinas professados peçamos A Deus por um Brasil melhor, é possível.

Paulo Afonso Barros

São José dos Campos

27 de maio de 2018