QUE TU É COMO UM DEUS, PRINCÍPIO E FIM
 
A paixão, amor e a obsessão são sentimentos muito fortes que caminham paralelos. Manter certo cuidado em relação a eles é tão importante quanto alimentar o amor diariamente. A paixão é o primeiro dos sentimentos que temos em relação à outra pessoa e desconhecemos os mecanismos psicológicos que nos acometem quando tomados pela paixão. Segundo Freud, o apaixonado tem o empobrecimento do ego, difere, portanto daquele que ama , e, que tem o ego enriquecido, elevado. Tudo que acontece no período transitório da paixão é vivido com muita intensidade, mas com o passar do tempo, a euforia tende a diminuir dando lugar ao amor, sentimento reconhecido por ser mais calmo e menos afoito. O amor é construtivo, terno, altruísta, cria laços profundos, é capaz de transformar as pessoas. Atuado com um lenitivo, um ungüento que acalma e cicatriza as dores trazendo uma sensação de paz profunda. Entretanto, há um outro sentimento que acompanha paixão e amor. É um dos mais destrutivos, este, pode de uma hora para outra, adonar-se de um dos amantes tornando a relação um verdadeiro caos. A obsessão é como a ferrugem – é destrutiva. Um transtorno compulsivo, que, não tratado pode levar a pessoa a uma depressão profunda e, em muitos casos irreversível. O medo do abandono, o medo da solidão é exacerbado, levando o indivíduo a uma decadência vertiginosa. Torna-se impossível o convívio e mesmo havendo amor entre ambas as partes, o portador da patologia não consegue mais assimilar a afetividade e com isso leva o relacionamento a um final muitas vezes trágico. O amor apesar das armadilhas, é o mais sublime dos sentimentos elevando-nos à condição de deuses, desde que seja um amor sadio.

imagem: Gustav Klimt