O CIRCO DA JANDIRA
(O texto abaixo foi reeditado. Encontrei algumas falhas, como, ausência de palavras)
Ah! O circo! Hoje tem espetáculo? A cidadezinha animava-se com a chegada do circo da Jandira. A meninada então. Quantas vezes acompanhei o palhaço, na propaganda do espetáculo. Reunia as crianças, marcava o braço de cada um com tinta preta. Garantida a entrada gratuita ao espetáculo. Ele saía às ruas, com funil, pois, na época, Pindoretama ainda se privava de energia elétrica. E ele a gritar: “Hoje tem espetáculo? - Tem, sim senhor! Às oito horas da noite? – Tem, sim senhor! E arrocha negada! E o palhaço, o que é? -Ladrão de mulher! E nós gritávamos com toda força dos pulmões.
Papai preferia pagar meu ingresso, pois, segundo ele, não queria que o filho fosse chamado ao picadeiro para servir de ajudante de palhaço, isto é, participar como adjuvante no número de risadas provocadas pelo palhaço.
Mas não esqueci o homem leão. Artista do circo, porte atlético, desafiava a plateia com este número:
Convidava vinte homens, desfiando-os a abrirem seus braços. Ele amarrava em cada braço uma corda, bem grossa, das usadas em bois.
De cada lado, dez homens faziam força e não conseguiam abrir os braços do artista.
Tempos depois, descobri o segredo. Se se segurar cada uma das mãos com os dedos, ninguém consegue abrir seus braços.
Nos circos, sempre havia, em determinada noite, a apresentação de peça, de drama. Geralmente, história de amor. Em noite como essa, o circo vendia a carga máxima dos ingressos.
Algo inusitado. Cada espectador levava cadeira, tamborete, principalmente, se o ingresso lhe dava direito de ficar mais perto do picadeiro. Os menos aquinhoados financeiramente se acomodavam nos poleiros, isto é, nas arquibancadas de madeira.
Ainda hoje o circo acalenta o sonho de muitas crianças! Que o circo e o palhaço nunca deixem de existir!