Uma bola
- Pepito, o que gostaria de ganhar ? Perguntava o meu pai, e já sabendo a resposta ...
- Uma bola !
No fundo ele sabia que eu tinha outras vontades, mas a bola era o mais importante para mim, e que eu respeitava o seu bolso, nunca pediria nada caro.
Quando as coisas já estavam melhorando , ele dava um jeito de me dar outros presentes além da bola, como revolver com cartucheira ou um disco voador.
Uma vez meus pais me deram a camisa do São Paulo, que vinha sem distentivo e sem número, mas eles o compraram à parte , e a minha mãe costurou, e mesmo assim a bola não faltou , estava lá , meio avermelhada , da marca "Drible", número 5 ( oficial), de couro.
Naquela época , meado dos anos sessenta, haviam campinhos por todas as partes, e os donos dos terrenos adoravam , pois o mato não nascia . Havia um campinho em frente de casa, e mesmo não conhecendo ninguém no bairro , bastou ficar fazendo embaixadinha com a bola, que alguns meninos foram chegando para uma pelada.
Sempre agradeci muito os presentes que recebi na vida, por mais simples que fossem. Só de pensar que alguém quis me presentear, pensou em mim de maneira especial, já era motivo para ficar feliz.
Um dia um chefe que tive na juventude , me disse; " Você é o único espanhol que conheço que sabe jogar futebol". Claro que fiquei vaidoso com o elogio, me senti um verdadeiro "Iniesta", rsrsss.
Pensava ; acho que vou jogar até os sessenta anos, adoro jogar, tenho trinta anos, não tenho problemas de engordar e corro muito, não me canso. Como a vida é engraçada, dois anos depois a vontade foi passando, queria estudar novamente, deixei os amigos de lado, fui dizendo não aos convites e mergulhei de cabeça nos livros.
A bola ainda pisca para mim, me seduz dizendo baixinho; " Lembra-se de mim ?" - Claro que me lembro, me fez muito feliz, e por isso a vejo rolando pelos gramados do mundo, ainda é a mesma rechonchuda de sempre, não mudou nadinha.
- Pepito, o que gostaria de ganhar ? Perguntava o meu pai, e já sabendo a resposta ...
- Uma bola !
No fundo ele sabia que eu tinha outras vontades, mas a bola era o mais importante para mim, e que eu respeitava o seu bolso, nunca pediria nada caro.
Quando as coisas já estavam melhorando , ele dava um jeito de me dar outros presentes além da bola, como revolver com cartucheira ou um disco voador.
Uma vez meus pais me deram a camisa do São Paulo, que vinha sem distentivo e sem número, mas eles o compraram à parte , e a minha mãe costurou, e mesmo assim a bola não faltou , estava lá , meio avermelhada , da marca "Drible", número 5 ( oficial), de couro.
Naquela época , meado dos anos sessenta, haviam campinhos por todas as partes, e os donos dos terrenos adoravam , pois o mato não nascia . Havia um campinho em frente de casa, e mesmo não conhecendo ninguém no bairro , bastou ficar fazendo embaixadinha com a bola, que alguns meninos foram chegando para uma pelada.
Sempre agradeci muito os presentes que recebi na vida, por mais simples que fossem. Só de pensar que alguém quis me presentear, pensou em mim de maneira especial, já era motivo para ficar feliz.
Um dia um chefe que tive na juventude , me disse; " Você é o único espanhol que conheço que sabe jogar futebol". Claro que fiquei vaidoso com o elogio, me senti um verdadeiro "Iniesta", rsrsss.
Pensava ; acho que vou jogar até os sessenta anos, adoro jogar, tenho trinta anos, não tenho problemas de engordar e corro muito, não me canso. Como a vida é engraçada, dois anos depois a vontade foi passando, queria estudar novamente, deixei os amigos de lado, fui dizendo não aos convites e mergulhei de cabeça nos livros.
A bola ainda pisca para mim, me seduz dizendo baixinho; " Lembra-se de mim ?" - Claro que me lembro, me fez muito feliz, e por isso a vejo rolando pelos gramados do mundo, ainda é a mesma rechonchuda de sempre, não mudou nadinha.