O PARADOXO DO PREGADOR E A INTELECTUAL QUE FOI COMPRAR INDULGÊNCIA

Foi dia 26 de agosto, beijei o altar sem ver o santo. Fui a convite para satisfazer uma pessoa que muito estimo a um culto onde o bispo ainda denota pouco conhecimento bíblico e utiliza-se do teatro e de uma retórica de fachada para convencer os fiéis.

Na intenção de catequizar a maior massa de visitantes cometeu o pecado crucial, esqueceu Deus e falou mal dos adversários religiosos atingindo assim alguns dos presentes que se pronunciaram e foram classificados como vozes do demônio para atrapalhar o mal pregador que colocou os ouvintes na cadeira do nada os denominando de ninguém.

Um discurso paradoxal, senão hilário se não atingisse a virtude de outros ali ausentes, logo sem nenhuma competência para poderem se defender das acusações de um homem que se disse santo, autodenominou-se ainda como “Homem de Deus”.

Tomada de súbito, uma senhora que se autodenominou intelectual, que se disse não alienada, contestou o discurso do bispo e também foi acusada de está falando pela voz do mal, que era uma enviada do demônio para atrapalhar, sendo convidada inclusive a se retirar do templo, ao que ela se negou a fazer.

As objeções dela sobre o ouvinte ser nada, tiveram réplica e mais réplicas e nada de trégua, chegou a assemelhar-se a um tribunal cômico da antiga Inquisição. O bispo percebendo que ela não daria trégua, pediu aos auxiliares que a expulsassem do local sagrado, onde deveriam está pessoas santas, como não creio na santidade dos homens, gerados pecadores desde o princípio pela culpa do pecado original, quis até rir com o evento e com a consonância dos membros ativos sobre o discurso do pregador, entretanto ele continuou falando asneiras e nada de trégua por parte da intelectual.

Que seja retirada a intelectual não alienada do templo. Decisão final do juiz supremo enviado por Deus.

A intelectual sacou da carteira e abriu o teor ali guardado, contendo dinheiro para ofertar a igreja, quando o juiz revogou a sentença no mesmo instante, que aquela alma possuída fosse aplacada por seus auxiliares e que ela pudesse encontrar a salvação.

Ela foi retirada da sala, mas não foi expulsa, auxiliada por outros membros da igreja foi levada à conversão, afinal havia dinheiro para resolver a questão e comprar a indulgência. Que Lutero não se revire no túmulo, o que praticava a igreja católica, hoje, praticam as igrejas denominadas evangélicas.

Soliana Meneses
Enviado por Soliana Meneses em 02/09/2007
Código do texto: T635915
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