CATARSE

Muito tempo sem escrever, de novo...

Falta de inspiração? Falta de competência?

Os dois!!! E ainda tem um terceiro fator: Vergonha, pois quanto mais leio artigos, livros, opiniões, textos diversos, é o que verdadeiramente sinto e, consequentemente, desolada, me calo.

Mas aí, vem um rompante, um arrebatamento insano e me faz tracejar algumas linhas, e aqui estou.

Como muita coisa está acontecendo ao mesmo tempo, resolvi falar um pouco sobre algumas delas, lembrando de minha parca capacidade, conhecimento raso e leigo em muitos assuntos, e, por isso, falarei com o meu sentimento.

1. Copa do Mundo – O que tem de brasileiro falando mal da Copa do Mundo é impressionante, confundindo a maior competição de futebol do planeta, com problemas políticos e sociais de nosso país, chegando a termos um enorme grupo de pessoas que torcem contra o Brasil. Vários países que participam ou tentaram participar da Copa do Mundo vivem situações muito piores do que o Brasil, e a alegria do futebol contagiou a todos, desde a fase das eliminatórias até o presente momento, assim como as decepções, sem qualquer modificação na esfera política e social de cada país. Por isso, vamos nos contagiar com aquilo que sabemos que somos bons, já que não temos, por enquanto, muitas outras opções para nos orgulharmos. Se perder, perdeu! Mas vamos fazer uma corrente pela vitória, pela alegria do povo brasileiro, que ama o futebol, em sua grande maioria.

2. Altos salários dos jogadores de futebol – Paira uma indignação enorme sobre o que percebem os jogadores de futebol, como salário. Primeiro ponto a ser abordado é que, os maiores salários são de nossos jogadores que jogam no exterior, perceberam? Então, o sucesso financeiro pelo futebol não deve causar indignação aos brasileiros, pois a valorização dos jogadores é feita pelo mundo e não pelo Brasil. Somente pra se ter uma ideia, mais de 90% dos jogadores de futebol no Brasil ganham de 1 a 3 salários mínimos por mês; em torno de 6% ganham acima de 3 e até 10 salários mínimos e, nos 4% restantes, temos os que ganham acima de 10 salários mínimos até os milhões que temos visto, esses, por sinal, não ultrapassam 2% dos jogadores, e, como dito, a maioria encontra-se fora do Brasil, ou são mantidos no Brasil para que não busquem jogar nos países que pagam muito para os jogadores de futebol. Revoltar-se porque muitos deles não têm estudo e um professor ganha uma miséria, não é justo, mesmo sendo professor há 30 anos, porque temos políticos que também não têm estudo e ganham muito mais que os professores, em nível municipal, estadual e federal. Dúvidas? Não precisamos ir longe. Olhem o grau de instrução dos vereadores de sua cidade e compare com o grau de instrução de seus professores e aí, comparem os seus salários. E os políticos são escolhidos por nós, independentemente do seu talento. Absurdo mesmo, é o governo perdoar dívida tributária de jogadores, mas também de grandes empresas e, principalmente, de bancos, isso sim é uma vergonha e deve provocar em todos nós uma indignação e um desejo pleno de mudança. Quer mais? Existem profissões no Brasil que, em 24 horas, ganha-se o que um professor levaria de 1 a 5 meses de trabalho. Não estou aqui para menosprezar a grandiosa e fundamental, em qualquer país, profissão do professor e seu salário, mas quem dita o salário do professor é o mercado, nas redes particulares, e as políticas públicas, implementadas pelos políticos que nós elegemos, no que tange à rede pública e os jogadores de futebol não têm nada com isso. Por isso, é injusto colocar a culpa neles ou odiá-los porque ganham altos salários. Quanto ao “pão e circo”, cuja conotação histórica nada tem a ver com o futebol, para o povo brasileiro, isso ocorreu quando da realização das Olimpíadas e Copa do Mundo no Brasil, e os resultados dessas tragédias vemos até hoje, com objetivos similares ao da Roma antiga.

3. Eleições – Estamos em ano eleitoral. Isso significa, baixa “produção” parlamentar, o que na atual conjuntura é motivo de comemoração, pois, não me lembro de ter havido um Congresso Nacional tão antagônico com os desejos e necessidades do povo brasileiro. São os representantes do povo mais inescrupulosos que nosso país já reuniu em um mandato, juntando os velhacos aos “novatos” para fazer troça com o povo brasileiro e se beneficiarem e aos seus, de todas as formas. Mas, infelizmente, não estamos isentos nas esferas estaduais e municipais. Dessa vez, escolhemos pessimamente, o que antes fazíamos mal. Porém, o pior cenário desponta na eleição para o Executivo. Uns, lutando árdua e ferozmente, tentando aniquilar quem não pensa como eles, para que um condenado legítima e legalmente, concorra ao cargo máximo da Nação. Outros, acreditando que um péssimo militar, que se diz dono da moral, que nunca fez nada por seu Estado como Deputado Federal e sempre se omitiu, se colocando, agora, como o nosso “Sassá Mutema”, pra quem não se lembra, “O Salvador da Pátria”. Seria cômico, se não fosse trágico... E os demais candidatos? Eu pergunto a vocês! É de sentar e chorar. Do Coronel cearense à pseudo-ambientalista acreana, temos uma tragédia a ser elucidada até outubro. Na esfera estadual, nossos irmãos de todos os Estados da Federação estão sofrendo, por falta de opção. Um conselho de um ignorante como eu: MUDEM! MUDEM TODOS! SE TIVERMOS QUE SOFRER POR MAIS 4 A 8 ANOS, QUE SEJA NAS MÃOS DE PESSOAS VERDADEIRAMENTE NOVAS.

4. Supremo Tribunal Federal – A degradação da Justiça brasileira.

5. Os “penduricalhos” e os altos salários do Judiciário – Um absurdo, mas não um abuso. Primeiramente, se mudar a legislação, caem os penduricalhos, mas a legislação não muda porque, pelo princípio da isonomia, deverá cair para todos, e os políticos não querem perdê-los e, por isso, não cortam, só aumentam esses penduricalhos ou ampliam sua abrangência e/ou duração. “Segundamente”, no Judiciário, por mais absurdos que sejam os salários (não somente dos juízes, que fique claro, mas de todos que compõem o Sistema, à exceção dos policiais e carcereiros), este é quase autossustentável, pois, o que arrecada no curso das ações em Custas e Despesas Processuais, é um montante que, se não paga a todos, fica faltando pouco. Tudo isso, graças à nossa sanha louca para “meter um processo”, pois, não sabemos ou não queremos resolver nada mais de forma amigável, conciliadora.

Enfim, eu precisava disso.

Eu precisava promover essa catarse sobre algumas das muitas coisas que têm me incomodado ultimamente, para cuidar de minhas imperfeições imensas e também conseguir um trabalho.

Sei que poderia falar sobre outros temas, como a Vaidade; o Oportunismo das pessoas, que somem quando você não é mais necessário ou não ocupa aquele cargo ou função que ocupava; a Corrupção e até mais alguns, que, mesmo falando besteiras, poderia abordar, mas vou recolher-me à minha insignificância.

Já consegui um pouco de alívio e isso já me auxilia a reequilibrar meu lado emocional.

Sou um brasileiro que ama muito o meu País e, independente do que aconteça, vou continuar amando e rogando a Nosso Senhor Jesus Cristo, que abençoe a todos os irmãos brasileiros e, porque não, a todos os irmãos, de todas as nações, afinal, em verdade, somos uma única família planetária!