QOMODO CRIARE FABULA PER TEMPUS. [COMO SE CRIAR UM MITO ATRAVÉS DO TEMPO].

Para desenvolver esse tema sem os naturais percalços, não há outro meio senão descer primeiro século antes do nascimento da maior personalidade da historicidade humana, aquele que, com a sua encarnação, realizou a proeza de dividir a historia em duas metades; o antes e o depois dele.

Para que se entenda, a palavra mito; ao contrario do que se possa imaginar, não faz parte, originalmente, do idioma falado pelos romanos, o latim, formador das denominadas línguas neolatinas, mas, sim, do vernáculo grego  – lê-se mito – de onde advém a vernácula, também, grega  – lê-se mitologia que, em linhas gerais, dentre outras significações, significa aquilo que pode não ser a realidade nua e crua sobre um determinado assunto.

No idioma latino, a palavra correspondente ao mito do idioma grego outra não é senão fabula, significando um fato ou um acontecimento, às vezes fantasioso, que poderá servir para eternizar o episodio, ou, transformar não somente o fato, mas, também, um mortal em um ser idolatrado, dificílimo de ser olvidado no decurso da eternidade.

Descendo-se, pelo menos, ao dia quinze de março do ano quarenta e quatro antes do nascimento da maior personalidade da historicidade humana, caminhando por quase intermináveis cento e vinte e sete mil, novecentos e cinco pontos oitenta e seis Unidades Astronômicas – Uas, em sentido contrário não somente aos ponteiros de um ser relógio, mas, também, no que se infere à rotação de um planeta chamado Terra, não será difícil admitir que se estivessem diante de dois personagens mitológicos; Julius Caesar e Brutus.

Se não nos esquecemos do detalhe inferido nos anais da historia Julius Caesar; o Caesar, hoje nome, mas que possuía o significado de governante, imperador, diante da austeridade do seu governo, do seu relacionamento com a não menos austera Cleópatra, uma das rainhas do Egito antigo, e da morte súbita naquela manha sombria da primavera romana, atravessa estes dois mil e sessenta e dois anos, na historia, desconsiderando-se o lamentável engano do Papa Gregorius XIII ao criar o calendário gregoriano em substituição ao calendário Juliano, obsoleto, na condição de mito.

Quando, naquela manha trágica e funesta, apunhalado por Brutus, que, em consequência do seu ato assassino, tornou-se um mito na historia romana, Julius Caesar teria pronunciado a frase; [Et tu brutus!] Ate tu Brutus, escreve-se em latim porque, naquela época, o italiano não existia, tampouco o espanhol e o português não passava de reles promessa para o futuro.

Nesse sentido, tornaram-se mitos o lendário imperador, o seu assassino e, consequentemente, as suas ultimas palavras pronunciadas no estertor da morte e do crime hediondo.

No entanto, a história do mito, ainda que em promessa de formação, que se quer, e, se deseja retratar nestas linhas não é, nem de longe, a dos romanos precitados e nem da lendária frase de lamento exclamativo, mas, sim, a história do cidadão brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, antepenúltimo presidente de um país chamado Brasil, ao tempo em que se escreve este texto.

Para que se entenda, e, se reflita, ao assumir a Presidência da Republica onde permaneceu por dois mandatos consecutivos, o, agora, ex-presidente, criou programas que auxiliou ao povo em suas premências, se bem que a grande maioria dos beneficiados fosse formada por cidadãos que, não gostando de trabalhar como, aliás, é o sentimento frugal e comum a qualquer elemento honesto que se prese, pois se trabalhamos é em razão da condenação recebida no Jardim do Éden; englobando, inclusive, a pena da morte e coletiva.

Não é difícil de imaginar que grande parcela dos beneficiários destes programas se contenta em viver a expensas do governo e dos ínfimos valores percebidos, pois, assim, se encostam e não necessitam emprestar o corpo para a labuta e era, é, e será esta grande maioria de pobres de espirito que elegeu, elege, e, elegerá ao lendário ex-presidente em novo pleito eletivo.

O curioso é que, perante a avalanche de denuncias levadas a efeito à operação denominada Lava Jato, aplicadas as prerrogativas do direito, ainda que eive as lacunas nos diplomas legais por onde adentram os juristas para traçar as suas artimanhas e estratégias de defesa; o ex-presidente vem amargando o desconforto de uma cela, na prisão.

Interessante; em se tratando de ano eleitoral, o Partido dos Trabalhadores, se esquecendo do fato de que, ao assumir ao governo, um dos primeiros atos do ex-presidente fora o de sancionar a propalada Lei da Ficha Limpa e, salvo melhor juízo, irresponsavelmente, homologou a candidatura do ex-presidente ao cargo de presidente; se eleito, para um terceiro mandato.

Bem, torna-se fato verídico a disputa dos juristas; de um lado os advogados defensores e de outro os juízes aplicadores dos conceitos legais que, como autênticos gladiadores, usam os seus escudos para aparar os golpes desferidos pelas espadas dos habeas corpus, dos alvarás de soltura e das liminares.

Não se deseja que acatem a nossa opinião, imutável, diferente do ponto de vista, mutável, mas se é da opinião que o ex-presidente, ora encarcerado, a despeito dos impedimentos que criara com a assinatura do diploma legal sob a égide e o escudo da Ficha Limpa, deveria ser solto para concorrer ao pleito eletivo e, se fosse eleito, paciência; não se criou uma situação que lhe é favorável.

Qual?

Não se pode negar que, nos módulos em que se está conduzindo os fatos, pensando-se em linha reta e sem antever as linhas perpendiculares da questão, o Poder Judiciário e os Diplomas Legais estão se constituindo em trilhos, não especificamente os em ferro, mas, os imaginários, ao invés de se conduzirem como trilhas; passiveis de se chegar ao bom senso.

Permitindo, ainda que por breve interregno, abandonar o texto para se entrar no contexto, volte-se ao lendário imperador Julius Caesar e a seu assassino para questionar:

- Abram-se aspas – Por que os dois, principalmente Brutus, se tornaram mitos no âmbito e no decurso da eternidade? Porque, simplesmente, Brutus, que era intimo do seu imperador, ao assassina-lo passou a ser notado nos limítrofes do império como o único capaz de enfrentar ao espirito altivo que rotulava o soberano. – fecham-se aspas.

Abandone-se o contexto e retorne-se ao texto para dizer que, da maneira que estão conduzindo a questão afeta aos processos em que o réu está condenado, ou possa, ainda sê-lo, mantem viva a sua imagem perante o povo que, ate então, o tem idolatrado como se fosse um ser, puramente, mitológico na acepção mais clássica da vernácula.

Seja como for, a rotina como se tem conduzido a questão, faz-se aduzir que, se levada aos píncaros da intransigência e do extremismo, ate aqui revelada, o ex-presidente atravessará a eternidade de braços dados com os deuses das mitologias escandinava, grega ou romana e terá se criado a mitologia brasileira.

Entenda aquele que desejar entender...

YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 29/07/2018
Reeditado em 08/08/2022
Código do texto: T6403733
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