A teoria do nada.

Outro dia ouvi sobre a necessidade de reservar um tempo para não fazer nada.
Partindo da reflexão de um olhar para o interior conclui que o que realmente faz ser feliz, coisas que alimentam a alma, em síntese não possuem um objetivo definido.
Fiquei com o pensamento determinado, de que precisava escolher um momento na agenda para não fazer absolutamente nada.
Imaginando uma forma de ter disciplina em destinar tempo para exercer a "atividade" de ficar simplesmente ocioso.
Acabei,com este intuito, mudando alguns hábitos como adiantar tarefas e simplificar a vida elegendo prioridades, mesmo tendo que conviver com maledicentes comentários, até com certo ar de deboche que insistia em me indagar:
- Você adiantou seu trabalho para ficar mais tempo a toa?
- Sim , mais ou menos isso.
Respondia o que parecia "Bullyng", mas acabava aceitando com resignação a provocação.
Assim fiz mudando o ritmo da vida, para exercer o direito de nada fazer.
Passei a respeitar fielmente horários para viver uma determinada alegre vagabundagem.
Comecei a rolar no chão com meu cachorro,em plena segunda feira a tarde, brincando com prazer de não pensar em nada.
Passei a telefonar para pessoas muito importantes na vida para contar sobre NADA relevante, apenas para iniciar uma prosa com a finalidade de algumas risadas.
Fiz também da conversa com pessoas interessantes que antes não teria tempo para dedicar, uma forma de aprender sobre coisas simples da vida, desenvolvendo a capacidade de ser um bom ouvinte.
Iniciei uma pós graduação sem compromissos com notas altas,apenas com o intuito de aprimorar conhecimento e trocar experiências.
Reservei tempo para a "importante" leitura de livros de piadas para aprender e poder contar para os amigos, renovando assim o repertório já muito repetitivo.
Dediquei alguns momentos do dia para escrever poesias, que não servem para me transformar em um renomado escritor, e sim passar uma mensagem positiva para os que as lessem.
Procurei fazer viagens curtas para destinos que não tivessem muito o que fazer, para não abandonar a ideia de que precisava urgentemente colocar os pés para cima olhando o céu e caminhar por lugares que permitissem a contemplação da natureza.
Desta forma, iniciei uma nova fase, a de acumular menos coisas, e juntar mais pessoas.
Verdade é que a vida com um tempo reservado exclusivo para não fazer nada, ficou "tudo de bom" e muito mais feliz.