CRONAMOR
Se questionada sobre o quanto custa um amor, responderei que, de maneira indiscutível, nada vale. Não me posiciono com tais afirmações por decepções triviais, mas, muito pelo contrário, afirmo com plena convicção por amar.
Então, quanto custa acolher alguém em nossas vidas? Quanto custa conhecer intrinsecamente e deixar-se ser conhecido por outrem? Se a valia for possível, o amor não deve está sendo vivido em inteireza.
Amar alguém nos traz desordem, é uma carta branca para a movimentação constante, para reciclar, alterar e transformar. Amar nos traz a quietude mais inquieta, penetra o âmago da própria essência humana, revertendo tudo o que estava estático numa transição permanente: nunca se está pronto, pois a perfeição do amor é a imperfeição buscando mudança.
Talvez o que nos falte é amar em completude, não esperando a devolução na medida em que se dá, mas, doando-nos em liberdade e deixando o outro igualmente livre.
Que o amor acelere o coração, e desacelere o passar da vida. Por fim, o amor nada vale, pois ele nada custa.