expelindo lavas de neve
tão acabada
que não sei como dizer
preciso de qualquer coisa
que me dê vontade de viver
de acordar
de não ter medo de dormir
que afague todo o peso de chegar até aqui
e entenda
que eu não queria ser tão escura assim
e brilhe um sol inteiro dentro de mim
que não me deixe partir
que nao me faça partir
que não consiga imaginar
me ver ir
e que encontre em mim
um pedaço de primavera
e floresça todos os dias
a minha janela
não temendo meu outono
não fugindo do meu inverno
enxergando as estrelas
do meu céu nublado
e dance na neve que transpiro
e se queime no vulcão que chamo de coração
alguem que deseje ter me conhecido ontem
ano passado
há dez anos atrás
e que imagine meus olhos marejados de sono
quando eu acordar amanhã
espero dormir
e quando meus olhos abrirem não exista mais a a sensação de areia a cobrir