Divagando para um amigo virtual
 
Trechos dessa divagação poderia acontecer numa manhã ensolarada dum sábado qualquer regados por um bom café na padaria da esquina, tal se daria se fôssemos amigos concretos, do tipo de amigos que se abraçam vigorosamente sem medo de que pensem ser um casal, mas nossa relação para mim prazerosa limitou-se ao virtual. Não mais é possível o abraço, a padaria, o café e o bate papo. Ele morreu.

Por aqui continuam acontecendo coisas comuns banais corriqueiras acompanhadas de outras muito estranhas e preocupantes. Ele escreveria sobre todas elas com a competência de sempre e brindaria seus amigos virtuais com seus textos brilhantes.

Resolvi que não vou divagar com ele sobre os acontecimentos, nem sobre os banais. Ficariam sem sentido sem sua opinião e argumentos.

Não fui ao seu funeral, não sei quando se deu e mesmo que soubesse não iria, lamentavelmente ele foi.
Foi cedo de mais.

Virtualmente ele existe, seus textos estão lá, imortais. Não podemos abraçar o homem, mas podemos abraçar sua obra e imaginar o homem sentado frete ao notebook escrevendo para seus amigos virtuais com o cachorro ao seus pés.

Tantos outros amigos de pessoas desse Recanto se foram. Alguns continuam presentes em obra publicada no Recanto. O meu amigo virtual que morreu cedo pra caramba Chama-se Gdantas no Recanto.

Qual o nome do seu, da sua?
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 02/11/2018
Reeditado em 02/11/2018
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