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Alguns cliques na internet e pronto. Já podemos fazer parte da maior e mais conhecida comunidade virtual que nos permite ser quem quisermos. Virtual talvez nem seja a melhor palavra já que a proposta é reconstruir a realidade. Por isso, engana-se quem chama de internautas os habitantes deste admirável mundo novo, baseado em poucas regras e nenhuma lei. E eles não são poucos. Já são milhões de habitantes. Todos em busca de uma segunda vida.

E o que mais impressiona é a quantidade de brasileiros que já habita este mundo, onde fazem festas, abrem empresas, namoram, casam. Mas nenhum deles está interessado em CPI, mensalão, crise no Senado, fraude no Bolsa Família, seca no Piauí, sem-terra. Nenhum deles está preocupado com o crescimento econômico do Brasil Real. E nem precisa. No mundo virtual a moeda é outra.

Mas o futuro do Brasil, dizem, é promissor. Em 50 anos, o país verde e amarelo será a maior nação virtual do mundo, a mais populosa. Uma nação governada por mentes e cliques. Uma nação colaborativa, onde tudo será produzido e gerido por seus habitantes. Bastará fazer um upload aqui e um download acolá. Tudo muito fácil e com tutorial.

E o melhor é que o horário eleitoral gratuito será deletado. A eleição presidencial será feita através de um reality show e com transmissão on-line. 24 horas no ar. Um sucesso absoluto.

E, para fazer parte deste novo Brasil bastará ter um login e uma senha. Pois é. O eterno país do futuro, quem diria, será virtual.