Calle

Você já quis morrer hoje? Eu sei que sim. Sua felicidade ser utópica só me faz pensar o quanto sou inútil em sua vida.

Fazem três, talvez quatro dias, mas desde a primeira palavra eu senti que nos conhecemos há anos. Infelizmente é mentira, não estava lá nos seus piores dias, nas suas piores crises, muito menos lhe abracei enquanto se debulhava em lágrimas. No entanto, Musubi, essa junção que fortifica a energia juntando-se ao universo e acabando por ser fator de mudança, pois que seja, que essa metamorfose aparente uma inundação de guarda-chuvas amarelos, afinal, quando uma porta se fecha, várias outras se abrem.

Nessa vida, comparando-nos, acredito que somos bem mais Schopenhauer do que Goethe. A única frase que consigo pensar (e concordar) é que somente na solidão é possível se encontrar e descobrir uma verdadeira liberdade, ou que pelo menos contemple la calle de tu corazón. Se enxergar a vida de maneira fria, aqueça o peito. Contudo, se estiver quente demais, ou azul demais, acredite que as linhas serão tênues, deste modo, guiando-a.

Mesmo não se vendo como uma sakura, saiba que és, haja vista que assim como o lunatismo, a beleza pode estar nos olhos de quem vê.

Ainda que falsamente, posso pedir que sorria? Pois fostes a inspiração disso, sobretudo, fostes aquela pessoa que me faz querer zelar hoje, amanhã, depois. Por la calle, me encantó su sonrisa.