meu pai e os castigos, do caroço de milho.

Podia se dizer tudo sobre aquela convivência,menos que era previsível.

Meu pai tinha reações extremas nesta ralação tão rica quanto desgastante. As vezes eu imaginava em sair de casa sem saber para onde, mas voltava constantemente atrás.Algumas vezes ele me colocava ajoelhado em cima de caroço de milho por alguma estripulia, até que minha mãe tentava intervir, mas não havia jeito, o homem era bravo quando fazia questão de uma punição por minhas artes.

Também não era pequeno o meu repertório de atitudes que necessitavam de alguma correção.

Convenhamos que ficar ajoelhado em caroço de milho por alguns minutos também não era fácil. Minutos que pareciam uma eternidade quando latejava a dor na rótula.

Algumas das artes posso citar, acredito que muitos irão achar merecido, mas era castigo demais.

Subia na janela ameaçando pular quando minha avó, já bem idosa com sua cifose que ainda demonstravam maior fragilidade. Ela quase morria do coração com a minha terrível ameaça.

-Desce já daí menino.

Falava.

Sem contar que certo dia, incendiei o quarto, quase causando uma tragédia.

Sofrimento era a Elza que quando saia para a praça, que ficava em frente ao apartamento, ao assentar toda arrumadinha no banco da praça, com seu namorado que vinha do Rio de Janeiro, sorrateiro e de forma maldosa, eu passava atrás do banco e com um puxão arrancava-lhe a piruca, no que ela saia correndo atrás de mim e dizendo.

-Este menino é uma peste.

Ainda teve a vez que ao ganhar uns porquinhos da índia, comecei a jogá-los para o alto, no que caiam no chão, justificava:

-Achei que eles voavam!

A pior mesmo foi quando peguei a chave do carro, sem nem mesmo ter tamanho para enxergar, liguei o carro, acelerei, quase atropelando alguns pedestres.

Hoje ao recordar entre outras, estas aventuras, confesso que até penso em concordar com aqueles que dizem:

-Ajoelhar em caroço de milho?

-É pouco...