O Sofá
O Sofá
Crônica
Marlene B. Cerviglieri
Sonhar sempre se pode.
Deixar a realidade dentro de uma caixinha como se fosse uma preciosidade.
Estendi as pernas no sofá, fechei os olhos abri a caixa, guardei tudo e relaxei!
A cortina se abriu num palco radiante onde luzes eram brilhantes, o piso diamantes.
Cada um que adentrava trazia nas mãos fechadas e levadas ao peito, uma poção mágica.
O primeiro chegou e soltou esta poção que era azul e dizia:
-Aqui esta a cura para todos os males, nunca mais haverá doenças!
O pó azul foi lançado e todos respiravam aliviados.
Entrou o segundo da mesma forma, só que com o pó verde e dizia:
-Aqui está a solução para todos os problemas financeiros, nunca mais haverá falta de dinheiro!
E todos ficaram aliviados.
Chega o terceiro entrando sorridente com o pó vermelho e dizia:
-Não haverá mais tristezas! Todos serão felizes a vida inteira.
Do lado que eu estava conseguia ver todos da platéia.
Interessante pensei: fortes, sem doenças com dinheiro e alegria e ainda estão todos calados!
Foi então que a cortina começou a baixar como se o show tivesse terminado e eu aflita então sem poder respirar, acordei!
Sim, sobre o aspirador de pó que ali estava em azul verde e vermelho, para recolher todos os pós da grande realidade.
Jóia guardada na caixa do aspirador é claro no palco da minha vida, o sofá!
MBC.