LEMBRANDO BB PROMISSÃO

Pelos inícios do ano setenta, morava já em Lins. Porque a mulher frequentava a FAL.

Já tinha conseguido a transferência , mas o quadro de funcionários estava desfalcado e nada de desligar-me. Sempre adiado. Viajava de ônibus, Estrada de terra. Quase sempre quebrava ou ficava atolado, quando chovia. Às vezes pegava carona na garupa da Lambreta do Gerson Gavioli. Viajávamos então pela Rondon, estrada calma sem muito movimento na época.

Às vésperas de um Natal, ganhei uma leitoa de um cliente do Banco. Lá na altura da Vila Santa Terezinha,o ônibus caiu num barranco por casa da chuva. Não hesitei. Larguei a leitoa no banco do ônibus e fui para casa andando, chegando todo molhado.

O gerente era João Ivo e o sub substituto, João Morini. Ambos de famílias tradicionais da cidade.

Certo dia, numa sexta-feira, avisaram o pessoal que o novo sub iria tomar posse na segunda. Foi um alvoroço. Era o tal de Cruvinhel, afamado como durão, carrasco... Se não for embora, agora, pensei, nunca mais..

Cheguei ao João Morini e disse: -falei com o João Ivo e ele concordou em desligar-me após o expediente...-Se ele autorizou tudo bem...Faça o memorando de apresentação para Lins...O João Morini assinou e então levei-o ao João Ivo: - O João Morini concordou com o meu desligamento, hoje. Já até fiz o memorando. Ele pegou e assinou.

Às vezes, uma mentirinha inocente quebra cada galho.