Sabático

Sabático

Nas minhas férias, meu amigo Antônio Moura Santos Ferreira, emprestou-me dois livros: Duda Mendonça – Casos & Coisas e Sabático – Um tempo para crescer, de Herbert Steinberg. O livro do marqueteiro do presidente Lula não me chamou muito à atenção, Mas, Sabático me pareceu de extrema oportunidade.

Herberth Steinberg foi diretor de Recursos Humanos da filial brasileira do Mcdonalds, sócio da DBM, diretor do Citibank, fundador da Vila Serena, para recuperação de dependentes químicos e professor da Business School.

Mas, o que é sabático? É a interrupção planejada das atividades profissionais caracterizada pelo propósito de renovação. Segundo Steinberg são diferentes das costumeiras férias por criar oportunidade de crescimento.

Ou seja, nada tem a ver com aquela avacalhação de verão, em que as crianças se travestem de bife à milanesa e as mulheres se derretem ao sol. No final, você paga, como bom trouxa o que bebeu toda a família.

O mais curioso dos dois livros é que seus autores percorreram os 800 quilômetros do Caminho de Santiago de Compostela, saindo de Saint-Jean-Pied-de-Port, no extremo oeste da Espanha, em mais ou menos trinta dias.

É um caminho palmilhado por dezenas de peregrinos, por ser a rota da sepultura de Thiago, irmão de João, o dois apóstolos de Jesus. Outros nos dizem que trata-se na verdade de uma grande orgia, com todo tipo de divertimento. Muitos, como Steinberg e Duda Mendonça consideram-no excelente para meditar e descobrir novos caminhos. Ou sacramentar os velhos.

Na verdade o ser humano sente necessidade, de vez em quando, de parar e reciclar. Será que o que eu faço hoje vem a ser o melhor para mim e a sociedade em que eu vivo? Caso eu mudasse o meu modo de ser o mundo também mudaria? Estão certas aquelas atitudes que herdei desde os meus bisavôs?

Faz tempo que procuramos respostas a estas questões, assim como olhamos para o céu e colocamos em dúvida a existência de Deus. O homem tem capacidade de ser maior do que o Infinito, apesar de ser fruto de sua criação?

Mas, trilhar um caminho longínquo pode não ser absolutamente necessário. Andando entre os cômodos da minha casa, ou pela devastada Praça Dr. Jorge, nas estradas do Brasil, ouvindo Doxa, minha mulher, Francisquini, minha amiga, vou chegando à conclusão que é chegada a hora de abandonar a criação do texto amador, publicado em jornais, e me dedicar as escrever livros profissionalmente. Será que dará certo? Realmente constato que hoje perco muito tempo com assuntos sem importância.

Gostaria de através do sabático poder ser mais moderno do que sempre fui. Pequenos problemas do dia-a-dia das relações humanas me fazem acreditar que existem pessoas que estão muito a frente. Para recuperar o tempo perdido é preciso parar, pensar e agir.

De qualquer maneira solicitei ao meu amigo Flávio Mazochi, da Sertan Turismo, que me faça um planejamento dos custos e dificuldades do Caminho de Santiago de Compostela, que pode vir a ser o caminho certo.