Velho Amigo Cesário

Não estava ele morto?

Com certeza morto não poderá ter estado, o que se sabe e escrito esta, é o filho da viúva, Lázaro e próprio Cristo, os que mortos estiveram e ressuscitaram, nem um dos relatos conhecidos na história da humanidade mencionam um fato semelhante com alguém, cujo nome seja, Cesário. Mesmo por que recentemente, aqui neste rincão, se expôs ele, carregado de sapiência e cultura natural, um grande poeta sem diplomação, é notório que não lhe veio uma porta aberta, compatível com a cor de sua pele pintada ao acaso, para que pudesse ele sentar em uma cadeira acadêmica, na escola que todos dizem ser ele o “proprietário”. De fato, é na fala peculiar desse hábil poeta cordelista, que se percebe, foi e é sua terra, seu povo a base da sua rica formação.

Faz-se justo, cada prêmio conferido ao mesmo nas edições do concurso gotas literárias que ele participou, aqui em Paragominas, com suas histórias recheadas de mistérios e alegria, escritas sempre seguindo o exigido em uma boa literatura de cordel.

Mas já não está com a gente, na terra se foi como andante, falando bem desse povo dessa gente. Contudo saiba você, será só no instante que a cultura estiver menos distantes, e o povo menos contente, e a sonhada sapiência banhar toda essa diferença, triste marca histórica e bem presente, que uma poesia, uma crônica, uma fábula, um conto e os cordéis, não estarão só no varal de um excludente Sarau Cultura, em um cantinho qualquer.

Nossa não é ele digno de uma homenagem?

Isso é eu ainda não posso fazer, o que hoje é posso lhe dizer é:

- Velho amigo Cesário, mesmo em outro estado, você sabe, aqui na cidade que já foi do Boi Gordo, da Madeira, e agora do Mineiro, está tudo mudado, só não muda a mentira espalhada na falácia desse povo que aqui divulgou seu falso óbito, mas cuidado, se por muito tempo sentirem a falta da alegria expressa em seus geniais cordéis e de sua negra presença, o matarão novamente.