UBER-Lândia

 
Vinte e duas horas não é hora apropriada para pormos em prática nosso direito de ir e vir em canto algum na cidade do Rio de Janeiro, o fazemos para não vivermos como prisioneiros. Aqueles que deveriam sê-lo não o são, livres, leves, apesar do armamento que carregam, e soltos, fazem apreensivos cada minuto que o cidadão transita a noite na cidade.

Nunca se sabe de onde aparecerá o meliante, se está atrás daquela árvore a espreita ou vindo insuspeito pela calçada em nossa direção.

Na rua voltando para casa esquecemos dos bons momentos vividos lá de onde estamos vindo. Do teatro, um cinema, restaurante, casa de amigo, um encontro a queijo e vinho, todos os momentos são esquecidos porque nossos sentidos estão ativos para um único sentido, o perigo.

Na loja daquela caixa Pandoresca que cada um de nós carrega no bolso ou na bolsa certamente há algum APP cujo objetivo é nos proteger de alguma coisa, claro que tem e são muitos, mas nenhum que possa evitar sermos assaltados, roubados, agredidos, eliminados.


Deixo que digam que falem que pensem o que quiser sobre o serviço por ele prestado. Inegavelmente em pelo menos num ponto ele facilitou muito a coisa para quem o utiliza. Podemos pedir que nos venha buscar, sem precisar sair do ambiente em que estivermos. Nem sempre é possível, mas é possível.

Ficar parado na rua a noite com celular iluminando nossa cara enquanto aguardamos que o carro chegue é sinistro, mas ainda é melhor que esperar pela sorte se algum taxi aparecer. O fato é que ao entrar no carro, seja TAXI ou UBER, a gente já sente menos apreensão, estamos voltando pra casa outra vez.

Cheguei.

Empenho minha palavra que houve tempos em que eu ia e vinha a qualquer hora do dia, sem um grama de preocupação que carrego hoje.
 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 26/02/2019
Reeditado em 27/02/2019
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