Qual educação?

Qual educação?

Como já nos acostumamos com tudo que nos enfiam goela abaixo, sem chorar, parece absolutamente normal o nosso sistema escolar. Mas, ouçamos a eterna pregação contra as medidas alienantes que estão por aí, feitas pelo educador Paulo Freire, décadas atrás, que diz que: "para ser válida, toda educação, toda ação educativa deve estar precedida de uma reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida concreto do homem concreto...", "...a quem queremos ajudar a educar-se". Ou seja, educar-se é uma ação global, dependente da sociedade como um todo. Como o todo vai mal, as partes com certeza estarão mal.

O Ensino Brasileiro é igual a inúmeros valores desvirtuados e deturpados que se praticam na sociedade brasileira. Na escola pública as pessoas acham que devem deixar tudo como está e nunca tomam medidas sérias e responsáveis. Na particular o lucro a qualquer custo, o que tem uma certa lógica. O professor não está motivado, entre outras coisas, pelo baixo salário. Correto. Mas, e as bibliotecas inexistentes? E os laboratórios caindo aos pedaços? No Ensino Superior oferecem cursos de baixo investimento, e mesmo aqueles que tem uma demanda momentânea ou até mesmo inexistente e que nem sempre são os que atendem os anseios da sociedade. Hoje, com algumas ressalvas, não estamos preparando gente qualificada para entender o que o mundo está produzindo em ciência e da travessia para o futuro. E o que dizer da tal tecnologia? Compramos onde estiver a venda, mesmo que seja o lixo atômico da Alemanha que hoje está em Angra dos Reis. Não geramos conhecimento e, assim, iremos a reboque dos países ditos do Primeiro Mundo.

Para a maioria dos políticos, destes que elegemos sempre, a solução dos problemas sociais não lhes interessa e povo instruído, para eles, significa problemas e atrapalha seus planos pessoais. Por sua inspiração o conteúdo curricular também é manipulado e alienante, não se tratando de questões relevantes com a devida profundidade. Finalizando, retornemos ao muito estudado Paulo Freire, cujas idéias são pouco executadas, ao dizer que a ação cultural para a liberdade é dirigida contra a elite dominadora do poder.