Minha única avó

A minha única avó que conheci foi a mãe de minha mãe com oitenta e quatro anos de idade quando eu tinha apenas seis ou sete anos mas ficou na minha lembrança a feição daquela velha alta de pele morena e cabelos compridos. Ela se chamava Maria Celí de Oliveira, a dona Celí popularmente. Eu não sei se aquela anciã tinha certeza que diante dela estava um menino triste, órfão contudo poeta. Eu tinha contato direto com todos meus tios maternos e todos eles falavam daquela figura meio esquisita entretanto uma pessoa boa uma mãe honesta e grande matrona. Não conheci minha genitora ainda assim conheci aos sete anos aquela senhora que foi a genetriz de minha mãe. Maria Celi de Oliveira gerou uma prole de dez filhos todos tiveram vida regular e viveram muito. Meu xará e tio morreu com cento e cinco anos, tio Luis quando partiu deste mundo tinha noventa e oito anos entretanto minha mãe morreu com apenas trinta e sete anos deixando uma prole de seis filhos sendo eu o mais novo. Com dois anos incompletos eu perdi a minha genitora e passei a ter como mãe três tias paternas. Eu fui levado para conhecer minha avó materna pelo meu irmão mais velho e uma tia irmã de meu pai. Quando comecei visitar Quixeré, a minha avó já tinha partido para a outra dimensão e não mais a vi neste mundo de choro e mágoa. Logo passei a esquece-la para sempre como se ela não tivesse existido. Foi a única avó que vi na minha infância e que tinha como nome Maria Celi Felismina de Oliveira

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 21/03/2019
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