Assim...

Por a morte não ser opção da qual se possa fugir, deveríamos poder optar pelos intensos pensamentos que estarão em nossa mente, no momento.

Intensos ao ponto de nos pôr imagens vívidas nos olhos e pulsação extra no coração, para que voltássemos mesmo a um certo momento da vida em que tudo era vida como ela deveria ser ao longo da vida.

Deixo registrado que quero revivenciar, na hora trágica, os anos 1970 e 1971, quando eu participava da vida do amigo Márcio, com sua juventude contagiante.

Quero re-viver as descobertas daqueles sentimentos mágicos e únicos que fizeram a vida valer a pena que ela virou. Agradeço ao Márcio por aquilo tudo que ele próprio nem percebeu.

Quero ouvir, no momento de ir-me embora, todas as canções do Burt Bacharach e experimentar o volante do Volks que nos levava noite adentro pela rua Conselheiro Antonio Prado. Isso nos fazia sentir que éramos o máximo entre todos os habitantes da cidade.

Gostaria de decifrar o que é a música, como ela funciona em nossa alma e como alguns magos a produzem a partir da matemática pura. Quem sabe eu possa compor do lado de lá, se houver um lado de lá.

Quero assim.

Clovis Vieira
Enviado por Clovis Vieira em 20/09/2007
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