CEM ANOS DE SOLIDÃO

Vivemos em um período de estupidez política. Políticos estúpidos encontram ressonância na mente de eleitores estúpidos. Suas idéias e seus ideais estúpidos passam a ordenar o funcionamento do estado, da sociedade e das suas instituições.

A imprensa não é livre para denunciar e se manter isenta pois imprensa livre é independente, tanto política quanto economicamente. Vive da venda e da assinatura dos seus exemplares ou da sua programação, no caso de rádio e tevê. A preferência do público cria um mercado potencial de leitores, ouvintes e telespectadores, formadores de opinião e potenciais consumidores, atraindo empresas comerciais, que procuram oferecer seus produtos e serviços para esse mesmo público, pagando para patrocínar a programação e a inserção de anúncios.

Quando a imprensa depende de verba publicitária de empresas, deixa de ser totalmente livre, pois no ambiente econômico a conta do cliente fala mais alto. Mesmo assim, dada a grande quantidade de empresas privadas, sempre há um jeito de abrir mão de uma conta e aceitar outra, mantendo um pouco de independência. Quando o cliente é o governo, perde o cidadão-eleitor. Quando o cliente é a empresa privada, perde o cidadão-consumidor.

Duvida disso? Então veja o caso da poderosa emissora de tevê brasileira que deve alguns bilhões de dólares e está em situação pré-falimentar, dívida essa tão enorme quanto a da ex-poderosa Varig. Alguém tem visto alguma manifestação mais dura, mais séria, mais crítica dessa emissora quanto aos desmandos do governo e de seus políticos de aluguel? Um grande furo de reportagem? Sim, ela também traz a notícia, afinal, não pode deixar de noticiar algo que outras emissoras menos dependentes de verba pública estão noticiando. Mas, note a forma como faz:

“Ministro de Lula envolvido no caso de esquema de Marcos Valério”.

Um breve e simples comentário, para, logo em seguida noticiar:

“Marta, a melhor jogadora de futebol feminino do mundo, leva o Brasil para a próxima etapa da copa do mundo de futebl feminino”.

Seguem-se aí entrevistas, lances espetaculares, opinião do ex-craque convertido em comentarista e, sempre que possível, uma chamada ao vivo com “nosso correspondente”. Novamente uma parafernália de imagens, como se esse assunto fosse mais importante que a gravidade da notícia anterior. O cérebro do espectador é desviado do assunto grave da primeira notícia para a beleza dos lances de Marta. Entram os comerciais e a emissora anuncia o próximo jogo da seleção: ao fundo, o bordão ufanista: “eu sei que vou, é do jeito que vou, de gol em gol”, complementando: “oferecimento: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e Petrobrás”. Notou a origem dos patrocinadores da Plim Plim? É assim mesmo que estamos indo: de gol em gol (ou de TAM em TAM sem querer fazer humor-negro).

Assim, a estupidez dos políticos e a estupidez dos eleitores são reforçadas pela estupidez da imprensa parcial, que deixa de denunciar no momento em que surgem os graves fatos que tanto têm nos envergonhado. Quando denunciam é tarde demais para que as instituições rechacem e corrijam as distorções que são normais e surgem em todo processo político, seja ele de direita ou de esquerda, democrático ou ditatorial.

O recente caso do presidente do Senado Federal é emblemático: o líder legislativo copulou e engravidou a representante da imprensa, que, para conseguir aumentar sua "verba", chantageou e ameaçou o mesmo representante legislativo, que para disfarçar usou uma das empresas que lhe patrocinam desinteressadamente, fazendo com que o líder do executivo tivesse que se mexer e mandasse seus asseclas votarem pela absolvição ou, mais grave, votarem nulo, transformando a casa legislativa em verdadeiro mercado (será que a palavra Mercadante tem a ver com mercado?).

As já viciadas instituições não cumprem o seu papel de equilibrar a sociedade afastando-a da barbárie e, ao mesmo tempo, promovendo a elevação dos valores sociais, razão principal da existência das instituições. E que instituições!!! Cada vez mais pesadas, cada vez mais corruptas, cada vez mais inchadas e cada vez mais politizadas.

O período que vivemos é um período de estupidez, porque todos nós, brasileiros, temos agido de maneira estúpida.

Mas, como o cidadão comum pode modificar este estado de coisas? Em primeiro lugar, exigindo firmeza ética das instituições mais próximas do seu raio de influência, seja ela uma escola de bairro, uma entidade de classe, uma agremiação esportiva e, principalmente, na unidade familiar.

Quando as pessoas deixam a sociedade ao acaso, os predadores ocupam os espaços que deveriam ser ocupados pelos cidadãos sérios. É como se a turma do fundão da classe tomasse conta do grêmio da escola!

A nossa estupidez cívica é que alimenta a estupidez política da qual tanto reclamamos. Qual a direção a seguir? Voltaremos à barbárie ou retomaremos o destino de nosso país? Pense bem: se alguém arrastar seu filho pelas ruas do bairro, há grande chance desse criminoso ser solto antes mesmo do funeral. Portanto, por que não matá-lo na primeira oportunidade? A pena será de 20 anos, com atenuantes a seu favor como "forte emoção", que poderão reduzir a pena para 10 anos, que serão cumpridos em 20 meses (1/6 por bom cmportamento). Fácil não é? Não, não é fácil aceitar isso. Mas é o que está acontecendo no caso de desvio público: roubar mil reais não vale a pena. Roubar 10 milhões vale: dá para pagar bons advogados, delegados, escrivães, juízes, políticos e ainda sobrará um ou dois milhões para viver aqui ou no exterior. Viu como somos estúpidos?

Mas, com tanta coisa acontecendo no mundo, tanta coisa para pensar que deixamos de refletir.

Vivemos um período único na história humana. Nunca o homem derrubou tantas barreiras tecnológicas, culturais e geográficas. Nunca recebeu tantas informações ao mesmo tempo.

Haja cérebro para lidar com esse bombardeio informativo!

O atual processo de globalização é mais amplo que os anteriores.

Atual, sim, pois em outras épocas o mundo também viveu períodos “globalizados” como esse, desde os grandes impérios como o macedônico, o persa, o romano, e até mais recentemente, quando ingleses dominavam boa parte do planeta. Cada povo dominador tem o "péssimo hábito" de levar ou impor sua cultura aos povos dominados.

A manifestação da cultura representa valores e símbolos ímpares de uma sociedade. No passado o cidadão embarcava em um navio e, ao aportar em outro continente, encontrava símbolos culturais completamente diferentes: vestuário, idioma, estilo de lojas, produtos, nomes próprios, hábitos e comportamentos.

O mundo hoje está uniformizando a cultura. Na rodovia que leva ao aeroporto encontramos enormes anúncios publicitários (“outdoors”): Sony, HP, Chanel no. 5, Toyota, Microsoft, SAP, Boeing. Ao chegarmos ao destino, somos bombardeados pelos símbolos “locais”: Sony, HP, Chanel no. 5, Toyota, Microsoft, SAP, Boeing.

Mesmo em terras francesas encontramos outros símbolos conhecidos: McDonald’s, Coca-Cola, Disney, Peugeot... Com pequeno esforço conseguimos nos comunicar... em inglês! As vestimentas são parecidas, como se visitantes e visitados tivessem frequentado as mesmas lojas e tivessem as mesmas preferências. Mesmo o espaço aeroporto traz símbolos semelhantes: balcão de atendimento, livrarias, bares, lojas. É como se tivéssemos viajado para o mesmo lugar de onde saímos. Dobramos o espaço-tempo, como preconizava Einstein. Viajamos mais rápido reduzindo o tempo. Não saimos do mesmo espaço quando os símbolos universais universalizam a cultura e os costumes.

Que tal dividirmos um Sushi num pequeno restaurante da Victoria Street, em Londres, recitando saborosos “hai-cais”? Beberrmos cerveja Stella Artois ou Heiniken, na Avenue Louise, em Bruxelas? Ou almoçarrmos feijoada na Rua 46, em Nova Iorque, fazendo o pedido em português, de Portugal?

Esse período único traz suas coisas boas, como a possibilidade da massificação da tecnologia de ponta, estudos de novos medicamentos, mapeamento do DNA, veículos mais seguros, processos mais ágeis e baratos de comunicação internacional, etc. Mas traz também a sua dose de vulgaridade, como os programas “video-cassetada”, os Big-Brothers, os talk-shows (tentei escrever “programa de entrevista” para fugir do termo em inglês, mas, veja como está ficando difícil, pois como “programa de entrevista” penso logo em Ronnie Von, Marcia Goldsmith, “Hoje em dia” ou "Fala que eu te escuto", assim como anteriormente expressei-me com a palavra “outdoor”).

Certamente esse período de estupidez política que vivemos tem raízes mais profundas e explicações mais sérias que as minhas. No entanto, cada vez menos cultos e cada vez menos sensíveis aos verdadeiros valores humanos, estamos nos deixando contaminar pela turbulência que o processo de globalização está trazendo e perdendo nosso próprio rumo. Na verdade, estamos perdendo a corrida da globalização. Mais uma vez andamos na contra-mão do mundo. E, pior, estúpidos eleitores agem como a mãe do recruta Zero: "Meu filho é o único que macha certo".

Não sou contra a globalização, pelo contrário, detesto pessoas que, sem refletir, preferem inventar um culpado que não seja de carne e osso. Culpam a globalização de tudo. Cresci ouvindo as esquerdas deste país culpando algo difícil de aprisionar como o tal de “capital internacional”, “imperialismo americano”, “elites” etc. Aprendi, com o tempo, que o capital nacional é tão voraz quanto o capital internacional. Que o imperialismo americano é tão ameaçador quanto o imperialismo chinês, o japonês, o inglês, o alemão, o espanhol, e, do ponto de vista dos nossos irmãos sul-americanos, o imperialismo brasileiro.

As “elites” carecem de melhor definição. O que é elite? Está aqui no meu Aurélio:

“Minoria prestigiada e dominante no grupo, constituída de indivíduos mais aptos e/ou mais poderosos”.

Então, deixe-me raciocinar um pouco: nosso atual presidente pertence à elite faz tempo! Quando era sindicalista não trabalhava! Diante de mim era elite pois eu tinha que me virar para pagar minhas contas, trabalhando mais de dez horas por dia, estudava à noite, enquanto o atual mandatário se fartava nas reuniões sindicais, regadas à 51. Estava fazendo o certo, alguns dirão, porque o atual soberano estava tramando para redemocratizar o país, certo? Errado! Esse senhor só foi se meter com política quando os intelectuais e intelectualóides brasileiros, em pleno regime militar, tomaram-no como símbolo para suas bandeiras e interesses, pegaram carona num "tipo" de Lula que se destacou internacionalmente, Lech Valessa, da Polonia, aquele mesmo do movimento Solidariedade, que, com o apoio do papa polonês João Paulo II fez ruir o império socialista.

Ora, se a Polônia tinha um líder trabalhista que, partindo do povo, promoveu uma greve proibida nos estaleiros de Gdanski, derrubou o regime e assumiu a presidência do país, pronto, estava ali, diante de nós, o nosso Lech Valessa, vampiro brasileiro!

Os intelectuais da época, jornalistas, cantores, escritores e – pasme - até jogadores de futebol de uma tal democracia esportiva (que deu em nada), se encantaram com aquele oportunista de lingua presa, barba desgrenhada, português medíocre, cara de coitadinho caído de pau-de-arara e boné de napa, que tinha um poder impressionante de se comunicar com a massa, microfone em punho, culpando as elites pelo estado de pobreza da população. Volte à definição de elite: ele, o Lula, culpava as elites pela exploração do povo, como se ele não fosse elite e não estivesse explorando o mesmo povo para seus próximos vôos.

Sei que muitos que me lêem são ferozes defensores do atual e grande líder-timoneiro Lula Primeiro (e único). Peço a estes que saiam de fora de seus corpos, vejam o Brasil de cima, olhando passado, presente e futuro. Que legado este artista das massas nos deixará?

Há vinte anos atrás o Brasil representava míseros 1,5% de todo o comércio internacional. Hoje participamos com 0,8%. Logo, para o mundo, não somos mais que um país exótico, com um líder exótico, com uma constituição exótica, com políticos exóticos (alguém já viu algum ministro italiano viajar ao Brasil para negociar a extradição de algum mafioso italiano preso por aqui?).

Em um período onde o tamanho do Estado Brasileiro era gigantesco, drenando os recursos da sociedade para sustentar o paquidérmico estado federativo, com suas estatais ineficientes e desnecessárias, cabides de emprego e antro de corrupção política, opôs-se à privatização, alegando falsamente que esse movimento visava entregar o patrimônio nacional para o ... “capital internacional”. Hoje, como presidente, não reverteu as privatizações, mas enraizou os seus asseclas nas principais estatais desviando recursos para os próprios bolsos, os bolsos do seu partido e os bolsos do seu grupo. Não se esqueça que as empresas privadas fugiram da influência sindical, mudando de cidade ou deixando o país, sobrando apenas as empresas públicas para a festa sindical. Procure na Internet: onde ocorreram as últimas 100 greves: nas empresas e entidades do governo ou nas empresas privadas?

Pregava o calote na dívida internacional, como se fosse dívida com o “seu” Zé do armazém, ignorando que nossos navios e aeronaves (com carga dentro) estavam retidos nos portos e aeroportos internacionais por decisões das cortes internacionais, de cujos tratados o país era signatário antes mesmo de todos nós existirmos. Hoje anuncia que nada mais deve ao FMI pois saldou todos os compromissos, reduzindo, com orgulho, o risco Brasil, como se fosse um processo que teve início, meio e fim em seu governo.

Anunciava a estatização dos bancos como solução contra a exploração financeira dos banqueiros nacionais e internacionais, que cobravam juros altíssimos do governo, absorvendo os recursos que deveriam estar sendo destinado aos mais humildes. Hoje ainda mantém o Brasil com o segundo país com os juros mais altos do mundo, alimentando os mesmos banqueiros em troca de transferências de fundos para paraíso fiscal, pagamento de caixas de campanha, etc.

Apontava, quando deputado federal, que o Legislativo continha 300 ladrões. Provou que estava certo quanto aos ladrões mas errado quanto ao número. Provou que os ladrões também estão no Senado e no Judiciário. Só não se incluiu entre eles.

Portanto, defensores de Lula, que legado deixará o grande timoneiro? O espetáculo do crescimento (da sua fortuna)? O Programa Fome Zero (da sua própria pança)? Melhor segurança (para seus dirceus)? Mais saúde (para as empresas do filho)? Mais educação (para o desfile em carruagens reais dinamarquesas)?

Respondam, porque ainda tenho na mente alguns antiquados preceitos marxistas e não devo me contaminar por eles: por que Lula quis calar a imprensa estabelecendo mecanismos de controle sobre ela? Por que desarmar o cidadão com a falsa justificativa que estaria impedindo que os bandidos tivessem acesso às armas? Por que as verbas para as instituições militares estão sendo sucessivamente cortadas, sucateando as Forças Armadas do país enquanto que nosso vizinho socialista-bolivariano se arma até os dentes? Por que instituiu a antiquada política da primeira metade do século passado, aquela do estado paternalista, aquele mesmo que Getúlio instituiu e que o manteve no poder por muitos anos e que nos custou 25 anos de ditadura, quando esse mesmo vazio político que enfrentamos hoje conduziu os oportunistas de sempre, manipulando o povo, os campos, casas, construções, levando a sociedade a reagir com um golpe de estado, que depois fez que não participou?

Lembro que os manuais de guerrilha, os manuais leninistas-marxistas, pregavam: use a democracia para chegar ao poder, depois acabe com ela. Desarme a população para que não haja reação das massas quando conquistar o poder. Reduza a força do exército, marinha, e aeronáutica, desmoralize seus líderes, para reconstruí-las depois com o apoio de países cuja revolução socialista já tenha atingido um estágio mais adiantado, nomeando camaradas fiéis para seus postos de comando. Derrube os heróis da pátria substituindo-os pelos heróis da revolução (caso Lamarca). Desmoralize as instituições para que o povo perca a confiança nelas e aceite uma nova forma de governo, apoiada em instituições coordenada pelas células da revolução, campezinas, sindicais, partidárias (ou seja, totalitarismo, veja o movimento de se acabar com o Senado).

Por isso volto às primeiras linhas desta crônica: vivemos em um período de estupidez política.

Arrisco um palpite sobre o futuro: se não ficarmos espertos, vamos para um terceiro mandato!

O que é necessário para um terceiro mandato? Uma pequena mudança constitucional? Nada difícil quando se tem uma maioria parlamentar bem remunerada e bem empregada, com seus crimes comuns bem acobertados. Mesmo FHC conseguiu isso quando comprou sua reeleição pagando muito menos. Talvez, para disfarçar, caso as condições não sejam propícias para o terceiro mandato do mesmo mandatário, um títere, um testa de ferro, possa cumprir quatro anos, para que Lula volte na seqüência para mais dois mandatos consecutivos.

Ficção? Então você se esqueceu da história do Brasil, principalmente do período Getulista. Ou, talvez, não esteja prestando atenção em Hugo Chaves, que em pleno século 21 submete a Venezuela às mesmas idéias socialistas forjadas no século 19 e que foram merecidamente derrubadas em fins do século 20 e, mais recentemente, sendo sepultada aos poucos pela outrora socialista China, que desperta como um novo gigante do capitalismo.

Essa estupidez política só é possível porque somos realmente muito estúpidos e, estupidamente, ansiamos pela próxima novela, pelo próximo campeonato de futebol e pelo próximo Big Brother!

Quem sabe no dia em que você for prestar um concurso público não lhe peçam uma carteirinha de filiação partidária, assegurando o dízimo do partido. É pagar para ver!

Plim! Plim!

Obs.:

Essa crônica é uma gentileza da americana Hewlet-Packard, que forneceu o meu notebook HP; da americana Microsoft, que forneceu o Windows e o Word; da Virtua da Net-Globo; da AES-Eletropaulo; da americana Adams, que me forneceu as balas Halls; dos salgadinhos Elma-Chips e de Agnelice de Souza, doméstica, sem registro e sem direitos, que mantém esta sala arrumada, para que eu possa trabalhar e ajudá-la a sustentar os seus filhos, pois ela e o marido não conseguem emprego melhor no país onde a fome foi erradicada, o espetáculo do crescimento é uma realidade e há saúde e educação de qualidade para todos, direitos esses que já estão assegurados pelos próximos 100 anos de solidão que a barbárie nos levará!!!

S. Paulo, 21 de setembro de 2007.

Paulo Sergio Medeiros Carneiro
Enviado por Paulo Sergio Medeiros Carneiro em 21/09/2007
Reeditado em 22/09/2007
Código do texto: T662124
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