Limpando a face

Com meus feitos e defeitos, caminho em passos lentos pelas estradas da vida. Nessa caminhada me deparo com pessoas cheias de suas verdades, mesmo que sejam elas, suas maiores mentiras. Encontro fulanas e fulanos que me abraçam e me sorriem, mas os abraços são de serpente e os sorrisos de hiena. São humanos que mais parecem um peixe de água doce... traíra.

Há gente que senta comigo, mas o escopo primordial, é retirar a minha cadeira na justa hora que eu for me sentar, levando-me ao chão... no entanto, nada falo, nada faço, sigo a caminhar, testemunhando em silêncio o desfecho do grande espetáculo armado, afinal, nenhum show dura para sempre. Há de chegar a hora das cortinas se fecharem e os atores deixarem seus personagens... é chegada a hora da retirada das maquiagens e máscaras. É hora de deixar vir à tona suas verdadeiras faces.

Também tenho meus pecados, não sou Santo, aliás, Santos, só no sobrenome, mas com eles, durante minha peregrinação, aprendi que um abraço não é só entrelaçar os braços em volta de alguém... é transmitir sentimento. Aprendi que o sorriso, se não for verdadeiro, devo manter meus lábios serrados e se tiver que que puxar a cadeira de alguém, que seja em um gesto de cavalheirismo para que ela se acomode com maior facilidade ao meu lado. Essa aprendizagem hoje me faz seguir a caminha olhando na linha do horizonte e desejando que todos que encontrei envoltos em mentiras e falsidades possam andar da mesma forma, principalmente sem vendas nos olhos, pois de nada adiantam as mudanças se suas visões permanecerem embaçadas.