Sumiço virtual da musa

Diacho de vida, a minha loura musa zangou-se comigo e deu um sumiço virtual...

Sou um cabra da peste zangado, mas de coração mole para mulher. Para cabra safado, eu tenho duas armas: a minha peixeira e o meu filho, de 1,80m, policial da Força Nacional, com duas promoções por bravura e já temido pelos distintos rapazes do crime. Mas, para mulher, o caso é sério, principalmente se ela for bonita e inteligente; só não apanho dela porque já estou bem crescidinho para isso...

Sem notícias da musa, entro em parafuso... Levantei-me às cinco da madruga, corri para o PC, abri a minha caixa de entrada e...nadica de nada!

Me aporrinhei!... O cachorro veio me lamber, dei-lhe uma bisca nas orelhas, o gato veio esfregar-se nas minhas pernas, empurrei-o para lá, tomei meu café muito mal-humorado, não li o jornal do dia, nem liguei a TV para ver se a rapaziada tanto defendida por Lula e pela Ministra Ellen, permitiu que Rio de Janeiro e São Paulo tivessem um dia normal hoje.

Sem notícias dela, as coisas ao meu redor perdem a graça... A minha loura vizinha, como de costume, veio enxugar o orvalho do carro, vestida de fina camisola, e eu não gritei, debochado: “Oi, gostosa!...” E, por Deus e todos os diabos, hoje nem procedi à excitante investigação visual sobre a cor e o tamanho da sua calcinha!...

Ela estranhou... Olhou para cima, para o meu apartamento, e me viu olhando mais para cima ainda. Para as nuvens, com ar de besta... Talvez tenha pensado: “Terá acordado abestado ou virou boiola, o meu vizinho tarado?”

Nenhum nem outro, minha linda. O caso é que, como diz o paraense, o "negócio tá ralado" pro meu lado: a minha musa virtual sumiu...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 25/09/2007
Reeditado em 28/12/2008
Código do texto: T667303
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