a nudez que se precisa
A verdade, meu bem, é que se um escritor se apaixonar por você, você nunca morrerá. Eu, por exemplo, não seria capaz de mensurar em quantas entrelinhas eu já estive nua, e em quantas delas estive sozinha, vazia ou inteira de alma. Ainda que essencialmente invisível. Você sabe? Nua diante das minhas mãos miseráveis que acrescentam letra por letra até tudo estar exposto com pretensão de ser lido. Com a pretensão de se sentir existindo.
Pouco importa o mote, seja com mais sangue para falar de política no meu modo combativo ingênuo e todas as desventuras humanas, seja com mais equilíbrio para falar de amor - como se amor fosse lá coisa equilibrada - escrever é terapia para o caos interior. E estímulo para as estrelas do meu peito.
Você é capaz de mensurar em quantas entrelinhas te fiz infindo?
Cafés, vinhos, coração. Palavra fluindo.
#TextoDeQuinta
vinte e cinco do sete - dia do escritor