Ódio.

Definitivamente sei que não irão acreditar em mim, mas o ódio é um sentimento que desconheço.

Alguns, em épocas que dediquei-me a críticas políticas, diziam que eu odiava uma ideologia ou outra.

Ledo engano.

A crítica, que é outro elemento do qual venho abstendo a destilar, por vezes pode tê-los induzido a isso.

Assusto quando pessoas me dizem isso: você odeia.

Longe disso.

Não sei o que é esse sentimento.

Não sei de onde ele vem nos outros, mas sei que não sai de mim.

Fico triste com os que usam tais termos e descubro que o ódio é questão deles, mas não minha.

Ademais, em um desdobramento consciente, descobri que a principal força das trevas não é o ódio, mas o medo.

E é pelo viés do medo que somos dominados.

Novamente hoje me vi acusado por uma familiar depressiva, angustiada, com a energia baixa e a meio caminho de um colapso nervoso de que a odiava. Fiquei pasmo e parado perguntando-lhe:

- De onde isso?

Seu estado mental lamentável já a aproxima de uma internação psiquiátrica a qualquer momento e tal compaixão me tranquilizou.

Se há o ódio em mim deve se encontrar dormente nos calabouços do espírito e lá espero que para sempre fique e nunca acorde.

Maktub!