O enterro de Heath Leadger presenciado por Jack Nicholson

Fui assistir o Coringa em sua atribulada semana de estreia. Fui por dois motivos: um, sou fã do palhaço; dois, odeio Joaquin Phoenix. Esse segundo motivo foi espancado até não restarem dúvidas de sua extinção. Saí do cinema com a interrogação: River (apesar de já ser estrela antes de agonizar na calçada da Viper Room) seria superado pelo irmão Joaquin? A atuação do cara como o palhaço psicopata foi digna de todo adjetivo à disposição no dicionário, descrevê-la como “genial” é, pode acreditar, além de redutora, uma cutícula perto de tamanha grandeza.

A caracterização, a humanização do perturbado mental, os acessos ao recôndito da condição humana, foram impecáveis. Creio não haver papel impossível ou área de dramatização que Joaquin não consiga atingir e modificar com tamanha entrega e compromisso. Doa quem doer: a atuação de Joaquin (ninguém consegue imaginar meu esforço para pensar, aceitar e digitar esta sentença) enterrou Heath Leadger. E, de lambuja, exigiu a presença de Jack Nicholson para que soubesse quem é que ri, de agora em diante, o riso mais tenebroso e cativante da história do cinema.

Grouchesco
Enviado por Grouchesco em 07/10/2019
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