ANJO DA TARDE

Hoje não saí de casa.Aproveitei o domingo para dar uma organizada em minhas coisas.Fui revivendo minhas postagens no Recanto das letras e dentre elas, reencontrei um texto que escrevi - e postei - em 03 de junho/2010.
Da varanda de minha casa eu via todos os dias a cena que tento descrever a seguir.
A menina, que eu apenas via de longe, era integrante - já quando moçinha - de uma família que infelizmente acabou-se num trágico acidente de ônibus.Presumo que aquele anjo que eu visualizava , por vezes agoniado com as dificuldades de meu cotidiano, fazia parte daquela fatídica viagem.
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Caem as tardes, em cores de mel
Aos ventos mansinhos
Em dourados céus.
Num quintal vizinho, preso às macieiras
Um terno balanço cumpre a sua rotina.
Lerdo vai e vem nas horas ligeiras,
embala os sonhos de uma menina.
No âmbar do dia seu corpo é bailado
Os longos cabelos varrendo o infinito.
É como se Deus tivesse ordenado
A descer à terra o anjo mais bonito.
Embala menina !...A inocência que existe
Nêste coração em que as fadas habitam.
Pois a infância é fugaz, foge, vai-se embora
E dêstes balanços só lembranças ficam.
Não sei quem tu és nem como se chama,
mas a que interessam indagações minhas ?
Se tudo o que importa é a ternura que emana
Deste anjo que embala a paz das tardinhas ?

Inspirado numa criança que não conheço e que passa as tardes
em seu balanço no quintal de uma casa vizinha.

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Texto reeditado.
Postagem inicial  feita  em  03 de  junho/2010
Preservados  os  comentários  ao texto original:



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19/06/2010 22:17 - Lourdes Borges
Um encanto de texto! Muita ternura expressa em palavras. Abraços da Lourdes Borges.
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15/06/2010 22:10 - Helena da Rosa
Amei este teu texto Joel. Pois me lembra a minha Brisa no balanço que fiz pra ela, nos galhos de uma goiabeira...Lindo e terno texto. Você se supera sempre. Adoro te ler. linda noite bjs helena
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14/06/2010 19:52 - Anna Gaspar
Como é bom ler o que escreves. Um saboreio de prazer e enlevo desses que nos remete para lembranças doces sobre como nossas ingênuas infâncias. Parabéns, poeta! Tudo que a vida tem de melhor, você merece receber em dobro. Abs
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13/06/2010 22:39 - Celêdian Assis
Olá Joel, a beleza aqui não fica só por conta da sua prosa poética, é mais pela poesia que há no seu olhar terno para esta cena. Encantada! Um grande abraço e uma semana iluminada para você.
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07/06/2010 14:17 - Dante Marcucci
Faz a vontade de conhecer os sonhos aparecer...Belissima prosa, gaucho honorário! Parabens. Um abraço
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07/06/2010 08:43 -
Poema lindíssimo... suave, sublime, encatador, assim como a criança do balanço... aplausos mil, pela divina inspiração!
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07/06/2010 08:39 - Vento de Outono
"A infância é fugaz"...que sempre haja balanços, assim teremos certeza que anjos brincam nos quintais. Tenha um dia lindo terno poeta.
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06/06/2010 19:17 - RobertoRego
Uma beleza de prosa poética, Joel! O "Anjo da Tarde" foi magnificamente pintado nos lindos versos do seu texto. Parabéns, amigo velho, forte abraço, paz e alegria! ...
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06/06/2010 13:59 - Maria Olimpia Alves de Melo
ao ler esse poema me senti embalada.
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04/06/2010 12:58 - Malgaxe
Poesia de tirar o chapéu, a ternura não tem tempo para manifestar-se aos olhos e corações das pessoas, basta que ela esteja sintonizada com o verdadeiro desejo de dizer e viver a felicidade, poesia sem retoques, pefeita. Parabéns amigo escritor de irati.
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04/06/2010 11:34 - Lilian Reinhardt
Sublime ! Sublime poema com esses cabelos soltos que varrem o infinito e tocam as cordas de nossa alma, imenso abraço!
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04/06/2010 10:02 - Rosso
Belo, amigo Iratiense, belíssimo.
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03/06/2010 23:56 - Angeluar
Essa imagem fez me ver quando criança, pois gostava muito de balançar... meus cabelos louro ao vento ....linda imagem bjs
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03/06/2010 23:53 - Lisyt
Após ler seus versos, até nós, seus leitores, sentimos ternura por esta menina. Fica com Deus e Boa noite! .
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03/06/2010 23:29 - Maria Luiza D Errico Nieto
Encanto que nos contagia. Beijos
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03/06/2010 21:51 - Flor da Vida
Estou simplesmente embalada por seus versos... São sublimes! Parabéns poeta!!! Meu carinho... Abraços
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03/06/2010 19:38 - Lu Genovez (off)
E desenhaste essa cena com todas as entrelinhas belas, Joel! Lindo isso! Beijoo
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03/06/2010 19:37 - Giustina
A ternura é a marca registrada dessa prosa, Joel! Ficou encantador! És um observador e um escritor nato das coisas do cotidiano, por isso admiro tanto teus escritos. Eles têm cheiro de família, de rotina, de saudade e amor. Grande beijo, meu querido amigo.