Três horas da manhã !
Há tempos tenho notado,
De que nem tudo está bem.
Acordo muito assustado de suor todo banhado,
Com a diabete, de açúcar,
A me encher também .
Abro a geladeira com a esperança a mais tola,
De encontrar um bolo,uma torta, ou um pudim...
Qual nada ! No fundo da geladeira, coitada
Triste só e abandonada jaz uma folha de alface amassada
Encima de um pedaço de aipim.
Nunca fui dado a hábitos ou encontros noturnos
Nunca fiz isso minha vida inteira,
Pois de madrugada atacar a geladeira
Foi fato que nunca pensei no assunto
O que seria pior ? Frango com goiabada ou banana com presunto?
Comer alface assim, às altas horas da madrugada
Me traz a uma realidade no fim
Viver essa vontade deformada
Ou ir tratar do bestunto
Evitar doces a todo custo
Sabendo do mal que isso acarreta
Não me torna um diabético mais justo
Nem um juiz mais atleta
Vivendo essa diabete que à minha vida inferniza
Lutando contra marionete da vida me mata
Tenho que comer alface, pepino, chuchu e, coentro
Que no final me fazem sentir na verdade uma verdadeira barata por fora e por dentro
Decidi ! deixo e renuncio às verduras
Abandonando de vez tal empreitada
E no escuro da cozinha, onde ora me vejo,
Sinto o amor que ensejo, do brigadeiro e da macarronada
Retorno a Sheakspeare de “Julieta e Romeu”
De um amor que de há muito não se via
E sorrindo devoro enorme pedaço de queijo com goiabada
E a geladeira coitada continua gelada ...e vazia.
Pedro L Cipolla
Enviado por Pedro L Cipolla em 23/01/2020
Reeditado em 22/05/2020
Código do texto: T6848267
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