As almas das flores

Essas noites quentes que antecedem o verão
quase sempre fazem a gente deixar 
a janela aberta p
ra arejar.
Eram quase 6h da manhã e por ela
entrou uma luz amarela,
brilhante, forte.
Linda, como as luzes das estrelinhas 
das fadinhas da minha infância.
Banhou-me. Invadiu minha alma e me fez sentir.
Tua alma é mais do que você imagina, ela dizia.
As pessoas te amam de uma forma muito verdadeira.
Você inspira isso. O que cada um sente em você é solidão.
Tanta capacidade sem expansão.
Sobressaltei!
Corri pra janela e avistei no meu horizonte
um pé de ipê amarelo.
Distante, lindo, meio torto e solitário.
A mesma voz continuava:
 - Ele na verdade parece você,
todo glamouroso, forte, um pouco triste.
Eu pasmo, já chorando de novo,
igual fui dormir ontem por sua ausência,
perguntei: quem é você?
- Sou a alma das flores do Ipê amarelo.
Eu sou a luz do sol.
O mesmo sol que brilha todos os dias
na esperança
de que aproveitemos seu brilho.
Faça isso, dizia ela,
por ti...
por mim...
por todos que te querem bem.
Augusto Servano Rodrigues
Enviado por Augusto Servano Rodrigues em 09/10/2007
Reeditado em 09/10/2007
Código do texto: T687225
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