Pouca Purpurina É Bobagem

Se fosse num outro tempo, estaria pulando Carnaval no interior da Bahia, me atirando nos braços de um bom baiano e beijando muito. A verdadeira 'Festa no Interior' com todas as letras, assim como a Gal Costa canta.

Estamos em 2020, e acabo de fazer 59 anos. Sem pique para pular, muito menos para outras coisas, mas um filme é sempre bem vindo, principalmente biográfico que adoro.

Me preparei para assistir < ROCKETMAN >. Sim. Me preparei. Pipoca, Coca-Cola com gelo e limão, manta (começou a chover e faz um friozinho danado de gostoso), desligo o celular, DVD no player e vambora assistir a história do Elton John. Desculpem .... É Sir Elton John!

A parte que mais me chamou a atenção ocorre logo no início do filme quando Reginald Dwight consegue tocar piano para duas ou três bandas de 'Black Music' dos Estados Unidos. Durante a temporada, o jovem se solta e viaja na vida de artista. Começa a beber mais, fumar, experimentar diversas drogas e sem muito perceber, cai no mundo homosexual quando é beijado por um dos cantores da 'Black Music' que se encanta com o 'groove' do garoto branquelo que toca seu piano com alma negra.

O Reginald quer muito ser famoso, mas só se enxerga no 'backstage', tocando soul e funk, jamais com os holofotes focados nele.

Uma noite, enquanto as bandas e Reginald bebem e jogam conversa fora, o jovem 'piano player' comenta que nunca será famoso, começando pelo nome que não lhe favorece nenhum pouquinho artisticamente, nem mesmo socialmente. Reginald Dwight: um nome inglês muito sem graça, sem sal, e muito menos sem pimenta.

O cantor que apresenta o beijo gay ao Reginald declara: "Sabe garoto, levou dez anos na estrada para chegar aqui, e vou te contar, não foi com o meu nome verdadeiro".

E olhando fundo nos olhos do Reginald ele falou:

"As vezes é preciso matar a pessoa que você nasceu a fim de se tornar a pessoa que você deseja ser".

Naquela noite, Dwight se matou e Elton John nasceu para literalmente brilhar e iluminar o mundo da música com sua purpurina e canções.

A caminhada não foi fácil. Elton John teve que levar muitos tombos pelo caminho, lidar com a falta da figura paterna, sua sexualidade,as drogas e suas compulsões.

Nunca é fácil para ninguém.

Só mesmo os fortes alcançam a superação.

Calada Eu
Enviado por Calada Eu em 27/02/2020
Reeditado em 27/02/2020
Código do texto: T6875253
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