Efêmera Ilusão

Belas vestes escondem carnes podres, lentes cobrem o verdadeiro brilho dos olhos, ao mesmo tempo em que palavras bem ditas encobrem a real intenção. Se temos, somos tudo; se perdemos, deixamos de ser. Esse é o caráter de uma sociedade pautada em bens efêmeros, uma sociedade que nos transforma em seres que querem, uma sociedade que nos tira a capacidade de escolher pela qualidade e nos faz escolher pela quantidade.

O juntar, juntar e juntar é o fim de muitos, o objetivo de vida, numa falsa impressão de que isso é felicidade. E quando alcançam, veem que isso não é felicidade... Então pensam que o que conseguiram ainda não é suficiente, e por isso ainda não são felizes, assim tornam-se escravos por continuarem achando que a felicidade tem preço... Bobagem... O máximo que conseguem são prazeres passageiros, um gozar momentâneo com gostinho de futilidade e decepção ao fim. Decepção que a cada dia aumenta a venda de tarjas-pretas, via que também traz uma aparente felicidade, um caminhar nas nuvens por algumas horas, num círculo também escravo mantido de comprimido em comprimido.

É triste, mas somos assim, alienados para querermos o que gera lucro, anestesiados para não opinarmos, não gritarmos, não sermos livres. É preciso seguir estereótipos, para o bem do sistema, embora o sistema corroa a maioria. Mas por quê somos assim? Será que é porque temos a esperança de um dia estar entre a maioria? Pode ser... Mas quem consegue lá chegar? E quantos mais irão gemer? Quantos mais sofrerão para que, poucos, gozem bastante?

ELDER PRATES.

Elder Prates
Enviado por Elder Prates em 27/02/2020
Código do texto: T6875333
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