ESPERA FELIZ: o início da história

Espera Feliz, é uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, encravada na Serra do Caparaó. Seu nome deriva de uma história interessante narrada por Antônio Carlos de Souza, em 1957. Segundo ele, no século XIX, um grupo de engenheiros veio à região explorar o Rio São João, desde a foz no Rio Itabapoana até suas nascentes. Em determinado local, o grupo acampou às margens de um pequeno córrego e resolveram caçar para melhorar os seus suprimentos de carne. Soltaram os cachorros e aguardaram, logo apareceu o primeiro animal que foi abatido. Repetiram a mesma estratégia no dia seguinte e o resultado foi fabuloso. Continuaram seus trabalhos e se precisavam de carne, voltavam àquele mesmo local, no qual eram felizes na espera da caça. Assim, batizaram o pequeno curso d’água de Riacho Espera Feliz, que muito tempo depois, passou a ser o nome do povoado.

As terras, nas quais iniciou a povoação, foram registradas pelo coronel Francisco Xavier Monteiro Nogueira da Gama, em 1856, nos Registros Paroquiais de Terras da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição dos Tombos de Carangola, como sendo a Fazenda do Caracol, situada às margens do Rio São João. Nogueira da Gama residente no povoado de Alegre (atual Alegre-ES), vendeu sua propriedade a Antônio Francisco de Oliveira, que as revendeu ao seu cunhado, o Coronel Antônio Carlos de Souza, em 1873. Naquele mesmo ano, Antônio Carlos tomou posse da terra, derrubou parte da mata para plantar e, logo depois, enviou seu filho João Carlos de Souza para morar e cuidar da nova posse, trazendo alguns de seus irmãos para a região, além de outros colonizadores que chegavam aos poucos, formando um pequena povoado às margens do Rio São João.

Não podemos esquecer que a primeira povoação foi em São Sebastião da Barra, elevada a Distrito de Paz, em 1886. Entretanto, com a extensão da ferrovia ligando Carangola a Manhuaçu, iniciado por volta de 1910, e a construção do ramal para o sul do Espírito Santo, convergiram para o local vários trabalhadores para as obras da ferrovia, além dos aventureiros que chegavam aumentando consideravelmente a população do novo povoado.

A estação foi inaugurada em 1911, para viabilizar ainda mais o crescimento do povoado José Carlos de Souza Marinho (filho de José Carlos de Souza e neto do Capitão Antônio Carlos) doou terras para a construção de casas e da estação; Cira Rosa de Assis (filha do Capitão Antônio Carlos) doou terrenos para a construção de vários prédios da Leopoldina e para instalação dos trilhos da ferrovia, e Dioclécio Lacerda construiu o primeiro hotel. Alguns cidadãos também doaram terras para a construção de muitas casas e da Igreja.

Em 1915, aconteceu a transferência da sede do distrito de São Sebastião da Barra para o povoado de Espera Feliz. Em 1928, criou-se a Paróquia de São Sebastião de Espera Feliz. Em 1938, o governo estadual elevou Espera Feliz à condição de município, separando-o de Carangola.

Em 1955, no dia 1º de outubro, meus pais casaram-se na Matriz de São Sebastião. Minha mãe era neta do Capitão José Carlos de Souza Marinho, meu pai era bisneto de João Carlos de Souza. Eu nasci na sede da Fazenda do Tabuleiro, às dez horas da manhã de uma terça-feira, dia 20 de julho de 1954. Quinze anos depois, em 20 de julho de 1969, o médico argentino Enrique Ernesto Febbraro, criou o Dia do Amigo para comemorar a chegada homem à Lua, talvez uma oportunidade de fazer amigos por todo o Universo.