O MUNDO DAS CORES

Todos os dias a dança das marés me levava para o que passei a chamar do “mundo das cores”. Era encantador quando estava chegando. Pontos multicoloridos piscavam anunciando o início da mágica mudança. Começava a me sentir invadida por uma agradável sensação de calor. Delicadamente me deixava ficar ancorada num macio colchão de areia. O tempo que ficava assim, não sei precisar, mas era um tempo de puro prazer.

O mundo das cores, diferente do meu, possuía uma intensa luz que fazia refletir “coisas” de belos matizes. “Coisas” que depois de muitas vindas aqui, comecei a aprender os nomes: “Gigantes” que bailam ao sabor do vento são coqueiros; passarinho é uma “coisinha” linda que voa, pousa nas águas do mar ou simplesmente, fica parado juntinho a mim abrindo suas asas como se estivesse acenando para alguém. O mar, também, é visitado ao longe por flâmulas coloridas, que deslizam no horizonte, chamadas jangadas. Falésias, esculturas feitas pelo tempo, o mar e o ar, observam imponentes tudo se transformar. Porém, de todas essas “coisinhas” belas do mundo das cores, a que mais aprendi a amar, é imensa, com tons que mudam a todo o momento, como se contasse estórias imaginadas por nós. O engraçado é que possui um nominho tão pequeno para descrever tamanha beleza: Céu.

Quando volto ao meu mundo, levo gravada em mim, a luz dessas cores. Por isso, não quero nem pensar se um dia eu chegar e não mais encontrar esse arco-íris do amor.

IAKISSODARA CAPIBARIBE.