Recordações inesquecíveis

Eu já estava aposentado, em 1994, parecia que não tinha mais o que fazer, até escrever eu não tinha como, o meu serviço na gráfica que se resumia em mexer com as letras, o Jornal que era bem conhecido nas cidade, os impressos tudo já não participava, pois o afastamento foi obrigatório. Ao gostar muito de ler, mas queria mesmo era escrever, naquela época ainda não tinha conhecimento dos sites literários, sorte minha que já havia começado a escrever a biografia de minha mãe, dona Maria Vitória, que por mais de 60 anos tinha sido catequista, sua vida recheada de histórias incríveis, por isso mesmo estou continuando aquela história que comecei no Fecebook, que terminava assim:

--- espere aí, mãe, vamos focar naquela vez que a senhora converteu um homem, ele era ateu, foi pano pra manga, não foi?

--- ah! Sim, (a mente dela se iluminou, parecia que toquei naquilo de máxima importância pra ela) mas não foi eu que converti o homem, foi Deus, meu filho!!! Então prepare aí porque essa história é longa!... (continuação)

Mas não foi só eu, meu filho, sua tia Amália estava comigo. Nós lidávamos na igreja, tudo que se referia a assuntos religiosos eu e a Amália estávamos juntas. Uma vez o esposo de uma amiga nossa estava doente, era ateu, aliás não gostava de ouvir falar de Deus.

Nós duas fomos visitar a nossa amiga e seu esposo que era ateu. De fato comprovamos que ele estava doente, mas não parecia que na sua enfermidade estava tão mal. Ele era orgulhoso, dizia que sabia muitas coisas da vida, ciências e tudo o mais, que Deus era puras invenções, falava abertamente se ele fosse obrigado a escolher entre Deus e o outro lado ele escolheria o lado oposto. Amália, minha cunhada, sentia um pavor estranho em cada palavra proferida por aquele homem, porque nas nossas primeiras conversas, tentamos falar sobre Jesus Cristo que era o mediador perfeito, sem ele todos nós estaríamos perdidos. Ao proferirmos estas palavras ele pediu ferozmente que retirássemos.

Fomos embora desiludidas pelas palavras terríveis que aquele homem proferiu sobre Jesus Cristo. No caminho Amália me dizia:

--- Comadre, Maria Vitória, estou tremendo até agora de pavor, eu não volto mais lá.

Já era noite, e de fato no caminho para casa, estava muito estranho, começou uma ventania de repente, parecia que o vento queria nos mandar para longe. Eu respondi para minha cunhada Amália:

--- Comadre, nós agora não podemos recuar, pensa na nossa amiga, sendo religiosa, deve estar sofrendo com o seu marido que não acredita e nem tolera falar em Jesus Cristo?

Passou uns dias meu filho, resolvemos voltar naquela casa novamente, com esperanças, de imediato a recepção foi um desastre, o homem parecia que estava possesso, tivemos que sair rapidinho pra desespero de nossa amiga que ficou envergonhada por causa do marido.

Amália, me fala com aparente convicção:

--- Não volto mais naquela casa, se quiser tem que voltar lá sozinha!

Tentei convencer sua tia ainda continuar nossa missão, sempre fui teimosa, (eu pensava com meus botões: e eu não sei disso?) falei pra ela:

--- e se nós fizéssemos uma novena? (nove dias de oração) a aceitação foi imediata, começamos e antes de terminar a novena, notávamos a mudança na cabeça daquele homem. Ele foi piorando na sua enfermidade, chegou até a ficar impossibilitado de sair da cama, as nossas conversas com ele iam ficando mais amenas, ele nos pergunta:

--- Porque vocês tem tanta certeza no poder de Jesus, baseando em quê?

---dissemos que acreditamos é unicamente por causa da nossa fé, um mistério que a mente humana não consegue explicar, mas acreditamos que Jesus é o Deus que se fez homem, com poder tanto na vida como na morte. Ele então fala, sendo assim eu quero acreditar nesse Jesus, e como já estou partindo dessa vida, peço perdão a ele por todos os meus pecados, que não foram poucos.

Eu faço uma pergunta à minha mãe:

--- aí, minha mãe, vocês nem precisaram terminar a novena, não é?

Ela responde até meio enérgica:

--- mas é claro que continuamos! Por acaso você não está levando esse caso na brincadeira?

Eu pra evitar mais puxões de orelhas, disse:

---- não, mãe, de maneira nenhuma.

Minha mãe termina essa narrativa me dizendo:

---eu repito mais uma vez que não fomos nós que colocamos na mente dele a real importância em acreditar em Jesus Cristo, nosso mestre não precisa de advogado, ele realmente tem poder.

É ISSO AÍ HISTÓRIAS E MAIS HISTÓRIAS DE MINHA FALECIDA, MÃE, MARIA VITÓRIA...

EU IA INTRODUZIR AQUI UMA OUTRA DE SUAS HISTÓRIAS, INTITULADA:

---- HISTÓRIA DE MARIA PRETA --- mas deixa para a próxima.