O Dedo de Deus
07/11/2020
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Uma estrela cadente riscou o céu a minha frente. Era uma madrugada quieta e escura. O encontro foi inesperado. Um sinal? Talvez Deus estivesse sem sono como eu e escrevendo algumas letras junto às estrelas, que atentas acompanhavam o seu riscado preciso e belo, mas fugaz.
O que estaria querendo dizer? A sua mensagem seria para mim? Era Deus quem escrevia no firmamento? Não sei. Quem saberia?
Talvez eu não as admirasse tanto quanto agora, porque antes, para mim, a vida ainda era um grande mistério a ser descoberto e por isso tivesse outras preocupações e interesses. Mas o passar dos anos nos faz crescer e desenvolver. Percebemos que muitas das belezas para as quais éramos cegos são maravilhosas e imperdíveis em sua efêmera aparição e existência. As admiramos com mais calma e prazer, pois temos a sabedoria para tanto.
Olhava ainda o céu torcendo para que o dedo de Deus continuasse a sua escrita. Pensava na minha existência, com alguns capítulos ainda a escrever, desejando que fosse fulgurante, como a que presenciei.
Viver é belo, é divino. Quem sabe fora essa a mensagem que me passou aquele pequeno risco brilhante. Quem poderia saber?
A vida passa por nós e em um piscar de olhos nos tornamos eternos. Pena!
Sim, a vida é brilhante.
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