ADEUS ÁRVORE, ADEUS TATACAS

Todas as manhãs era a maior farra das alegres e estridentes maritacas, nos galhos de uma grande árvore próxima ao prédio em que moro.

Após o barulhento despertar, elas alçavam voo e não eram mais vistas por horas.

No meio da tarde, retornavam de suas jornadas e iniciavam alegremente os seus rituais vespertinos,

Eis que em um dia de céu aberto, sol forte e umidade em torno dos preocupantes 30%, próximo àquela árvore, parou um caminhão daqueles preparados para a poda e corte de árvores.

Tudo preparado!

Um profissional munido com sua motosserra adentra-se na caçamba do caminhão munck, sendo elevado até a altura necessária para iniciar pelos galhos mais altos.

A motosserra é ligada, o seu barulho irritante e o forte cheiro de combustível queimado, expulsam as agora infelizes aves.

Pensei que se tratasse apenas de uma poda de rotina, mas, após ter almoçado, quando fui conferir, para minha tristeza, já não havia mais aquele refúgio e abrigo das aves, que tanto nos alegrava.

Agora não temos mais o ambiente ameno daquela vegetação e nem a empolgante alegria das psitaciformes, restando-nos apenas as lembranças e a aridez de um sol forte de verão.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 28/01/2021
Reeditado em 28/01/2021
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