Aceitação

As pessoas têm que aprender a aceitar sua condição de desgraçadas, de isolamento, seus transtornos psicológicos (se não forem nocivos ao grupo). Assumir a maldição que herdaram, parar de buscar a tão idealizada felicidade aristotélica ou a bem-aventurança cristã.

Esse movimento negativo é que gera sofrimento e desespero; querem a todo custo fugir do que são para ir de encontro com um arquétipo que não é necessariamente o projetado por si mesmo.

Agora achar que é preciso uma carreira, ter pensamentos positivos e ser sempre cordial é um método de percepção subjetivo que apenas condiciona certo comportamento aceitável num contexto social que preza as relações interpessoais como necessárias ao bem-estar.

O fato do indivíduo não querer criar vínculos, não ser nada simpático ou não estar sempre à disposição não significa que seja egoísta, sem empatia; simplesmente prefere observar de fora esses atos de solidariedade e assim estabelecer uma régua pessoal daquilo que realmente lhe causa prazer ou estranheza, sempre tendo em mente os acordos morais básicos, mas nunca sendo guiado cegamente como um cordeiro sem autonomia.

Ninguém quer a mediocridade, claro, mas perseguir de forma desenfreada o sonho do sucesso, da autorrealização profissional, do reconhecimento de sua grandeza e relevância parece ser apenas um estereótipo estratégico disseminado na intenção de provocar o sofrimento de ser imperfeito.

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 16/02/2021
Código do texto: T7185428
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