Bruxas,quem somos?

Bruxa em sânscrito significa “mulher sábia”

Quem são elas afinal? De onde vem a idéia maléfica, as imagens asquerosas, o mito do mal que envolve essa figura milenar e tão intrigante?

Falar sobre bruxas é fazer uma viagem no tempo e no espaço. Desde os períodos mais primitivos, nas civilizações mais antigas desenhos encontrados em cavernas mostravam rituais de adoração à deusas da fertilidade. Desde sempre o poder das bruxas é relacionado à fertilidade e aos dons de cura.

Na Idade Média, as mulheres mostravam-se conhecedoras dos poderes da natureza, tinham o dom de manipular e produzir poções e unguentos capazes de curar males desconhecidos, dominavam o dom da cura e os mistérios naturais da vida. As parteiras e curandeiras representavam uma forma de subjugar o poder e a capacidade masculina.

Eram os únicos animais capazes de sangrar por dias,e tornarem-se ainda mais fortes e poderosas. Guardavam dentro de si, segredos e mistérios cobiçados pelos homens e por representantes da força e do poder como a Igreja.

O útero feminino era considerado uma arma poderosa e perigosa, capaz de dar a vida e ao mesmo tempo aniquilar o inimigo, haja visto seu poder de sedução. Era o "negro bucho" que o cuspira(o homem) para fora e tornaria a engolí-lo.

A mulher foi caçada, foi considerada hereje, foi punida em fogueiras que, acesas à luz do poder machista e massificador da Igreja, acreditava-se serem capazes de redimir o mundo do pecado original.

Atribuídos à mulher o poder maléfico, a capacidade de criar e curar, a sociedade deu nome e tratou de mistificar a Bruxa.

O poder de sedução e as artimanhas na conquista fizeram com que a mulher fosse reduzida a mero objeto de prazer e luxúria. Acreditava-se com isso, que se poderia tolher sua força, e torná-la submissa e servil.

Com a ascenção do capitalismo em todo mundo, cada vez mais buscava-se domesticá-la, impondo-lhe a religião como forma de transformar o lobo em cordeiro, e instituindo a maternidade,fidelidade e lealdade conjugal como obrigações femininas, passíveis de castigo quando desobedecidas.

Mas a natureza fala mais alto, o grito de liberdade veio de dentro, do útero. Fazia-se necessário retomar as origens, resgatar o poder da fala, a liberdade natural da alma inquieta e feminina. Fez-se necessário tornar-se feminista.

Não para contrapor-se ao sexo oposto, para medir forças ou mostrar-se superior, mas para recuperar o que lhe foi tomado à fórceps, arrancado, o seu direito de ser, a sua identidade.

Os movimento feministas vêm devolver à mulher a dignidade perdida. E passam, dissipam-se, como uma onda que por maior que seja, acaba retornando ao mar, mas não sem antes deixar suas marcas na areia.

Hoje, a mulher arrebanha vitórias e derrotas, enfrenta o corpo-a-corpo pelo trabalho, pela dignidade, pelos direitos. Sofre, sonha, chora, se regozija, é mãe, esposa, amante, amiga, companheira, cúmplice, professora, médica, secretária, presidenta, feminina.

A Bruxa se resignifica, e torna-se simplesmente MULHER.

"A mulher é um ser de paixões e emoções comandada por seu útero."

Days Elucy Siqueira(socióloga)

Monica San
Enviado por Monica San em 01/11/2007
Código do texto: T718995
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