“Pã” em tons de sépia... (BVIW)

Nestes dias que antecedem o Outono, a pétala pousou na asa amarela da borboleta e junto com ela alçou um breve e único voo, e em minha imaginação voamos...

As sensações; imagens, aromas desse prenúncio da nova estação invade-me, docemente... sinto - me folha a ser envolvida, tingida pelos tons de “Terra di Siena” como se uma fotografia antiga (recortes em sépia) eu fosse, sem limites, para viajar, milimetricamente, vivenciando o reflexo do céu azul naquela gota de orvalho que ainda habita na concavidade da folha.

Há na brevidade das sutilezas da vida uma simplicidade que encanta, mesmo vivendo em tempos em que a mitológica figura de “Pã” deixa às páginas dos livros e seus domínios e nos espreita, nos confronta desafiando-nos a manter o equilíbrio... Ah, essa dualidade de conviver com a vida por um fio, de escrever um poema como se fosse o derradeiro verso, em sintonia com a fugaz aquarela, repleta daquele beijo...

Que ao som da flauta as borboletas continuem seu bailado e sorrisos de esperança inspirem Renascimentos diários...

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Pã (em grego (transl.: Pán), na mitologia grega, é o deus selvagem dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores.