Laura na Pandemia

Minha análise em tempos difíceis. Um ano que nossas vidas mudou completamente.

Eu da minha rotina anterior ficou o trabalho, Graças a Deus. Sei que tem muitos sem o sustento.

Não fiz minhas viagens rotineiras, não abraço meus amigos aos quais morro de saudades, e sei que quando eu for abraçar, terá um número menor, pois foram muitas perdas.

Aqui não é diferente, muitos amigos que fizeram parte da minha vida Itajubense, também se foram.

Vimos juntos nestes 365 dias pessoas que não acreditavam que esse vírus era implacável. Nos vimos muitas vezes em crise com algum sintoma no início, e uns amparando aos outros. Nos fazendo o bem. Muitos com fotos, outros sem, mas nós unimos e continuamos juntos até agora.

E o agora está muito mais difícil que o ano passado, pois descobrimos que não existe para esse vírus faixa etária, dinheiro, beleza, credo, raça...

Existe apenas algo que a cada dia amplia nossos horizontes com relação a nós, aos que amamos, e ao mundo de uma forma geral.

Mas o Brasil? Poxa justamente o Brasil?

Foi este o questionamento, um País que tem como castigo políticos que só sabem ferrar o povo. Que roubam milhões, que vivem na mordomia de muitos auxílios, prejudicando com suas ideologias a expandir a doença. E o brasileiro é abençoado, se reinventa. Mas com esse vírus não podem se reinventar.

Povo este que contabiliza a miséria já antes do vírus, fico imaginando agora. Povo que sofre sem entender o que se tem que fazer.

Tive uma crise brava no sábado, queria sair de Itajubá de qualquer jeito, mas todas as portas foram fechadas. Chorei o dia inteiro, trabalhei com lágrimas nos olhos. Todos dizendo que estou segura aqui. Segura como? Eu vejo o boletim diariamente, e no meu desespero egoísta, eu dizia que não queria morrer aqui.

Levei uns tapas na cara virtual de uma amiga... Tive apoio de outros membros queridos...

Então no domingo uma amiga me disse, quando você tiver gratidão por Itajubá, você dará valor a cada conquista.

E ela me mostrou o quanto essa cidade me faz bem, me fez tomar as decisões importantes na minha vida, me fez recomeçar, me deu a oportunidade de ver a beleza além do meu mundo gigante, que aqui é onde eu fiz a pausa, e pude tirar o pé do freio, é onde na pausa eu me transformei, pois eu tinha uma vida tão agitada, que não me dei atenção, então mudei meu modo de ver foi aqui o meu recomeço.

Passado estes 365 dias, vejo que Deus me abençoa a cada dia que acordo nesta cidade, que tenho hoje mais amigos virtuais, mas que são reais, pois a cidade é pequena e tem muita gente de coração gigante. Que temos um acolhimento.

Me sinto um ser melhor que em março do ano passado, contabilizo no final de cada dia, uma história que muitas vezes é de alegria ou as vezes de dor.

Que Deus está conosco, que temos que fazer a nossa parte.

Enfim, eu vivo a minha pandemia em um grupo fantástico, onde todos são seres que me ensinam alguma coisa, seja boa ou ruim, que me acolhem.

E eu tenho fé que que tudo vai passar, mas não no meu tempo, no Tempo do Criador. E como eu digo aos meus amigos, nós não vamos aglomerar, vamos tumultuar. Tamanha é a saudades de abraçar, de dar grudinho, conhecer os amigos virtuais, de agradecer por você estar aqui, para contar essa história.

Pois meus netos irão contar essa história.

Agradeço a cada um de vocês que fazem meu dia ser mais leve.

Dedico a:

A Deus, pois ele me sustenta.

Heliandra filha amada

Lorenzo kalel netos amados

Regina Lúcia irmã amada de todas as horas

Ana Paula. Amada de todas as horas

Meu tio pelo meu trabalho

A Adenilson e Igor amigos para toda hora

Ao Grupo Colibri onde busco a Paz.

A Itajubá

A minha BH

Laura Ribeiro

17 de março 2021

LauLuz
Enviado por LauLuz em 17/03/2021
Reeditado em 01/12/2022
Código do texto: T7209196
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