MINHAS PRISCAS MEMÓRIAS DE LONDRINA

Fui criado em Londrina dos 3 aos 20 anos, mais precisamente no polígono formado pelo Colégio Londrinense, Academia de Judô Terinkyou, Club Alemão da cidade, Country Club, que além de limitar as minhas andanças foram vértices fundamentais para a minha educação.

No colégio Londrinense iniciei a minha alfabetização com a primeira professora Dona Zazá, aluno mediano que ficava no meio da sala, isto é, não era dos bagunceiros do fundão e nem dos Nerds da primeira e segunda fila. Ainda me recordo de alguns nomes e apelidos, Lourdes Mitié, Newton Pinta, Gilson Niero, Irene, Regina Nicolau, Nair Nakashi, Edson Iassugue...

Academia Terenkyou , onde aprendi um pouco de judô e muito da cultura japonesa, disciplina, reverencia e me desenvolvi fisicamente. Não posso me esquecer de um desentendimento durante as aulas, que ficou para resolver lá fora, o famoso “te pego lá fora”. Num certo momento apagou-se as luzes e o meu desafeto estava ao meu lado, e o acerto começou a se resolver até a volta das luzes. Lá fora foi difícil, lutamos tanto, o adversário era mais forte, logo a torcida era minha, brigamos muito sem a intervenção de ninguém, até que a um certo momento ele perguntou para mim “Chega ou quer apanhar mais?” Humildemente, disse “chega” depus as armas.

Club Alemão, onde ainda criança arrumei um jeito de ganhar uns trocados, fui levantador das garrafas de boliche, que naquele tempo não era automatizado. Colocava as garrafas de pé nos lugares demarcados, marcava no painel os pontos feitos e colocava a pesada bola na canaleta de volta ao jogador. Eram quatro horas com intervalo de 15 minutos, quando nos eram fornecido um gostoso lanche. Com este dinheirinho comprei um patins de 4 rodas e me tornei um exímio patinador. Fiz amizades com a família Frits, Cláus, Fred e Hans, vizinhos do Club da rua Hugo Simas.

Country Club, ia de penetra com a família Forest, eles sócios eu não, ficava vendo as crianças se divertindo na piscina e tomando aulas de natação. Eu, com calção simples de pano e elástico era de fácil identificação, um estranho no ninho, lá na piscina, mas quando o Baiano, leão de Chácara da piscina se distraia, eu dava meus pulos, Lembro depois de contar aos outros, quando o Baiano vinha eu mergulhava me escondendo. Alguém perguntou, “Quantos minutos ficava mergulhado? Eu, uns cinco minutos. Kkkk

Não citei acima a Rua Generoso Marques, mas escrevi um livro sobre ela, ruazinha de um quarteirão, era aquela de entrada do Country Club, travessa da Fernando de Noronha. Quando me perguntavam onde morava, eu respondia, “sabe aquela casa bonita de material, sobrado na entrada do Country Club na travessa da Fernando Noronha? Eles respondiam, sim, você mora lá? Eu, não! Eu moro na casinha de madeira ao lado (rs). Nesta rua devido ao pouco movimento, antigamente era uma rua sem saída, disputávamos muitas partidas de futebol, bets, pega pega... Quando a bola caia no jardim da Dona Gertrudes era um pega pra capá para decidir quem ia buscar. Uma vez ela me pegou no flagra e me deu um tapinha nas costas, hoje, ela ou eu poderíamos processar um ao outro. Naqueles dias só virou histórias para serem contadas. Famílias amigas que se confraternizavam, nós os Franco Frossard, os Teixeiras, os Lalli, os Casali, os Bueno, os Frits, os Werts, os Amani e outros japoneses. Este recanto era amostra perfeita da cultura londrinense, diversidades de origem, religiosa, de raças vivendo em perfeita harmonia.

A tarde ouvíamos o ritual do templo budista comemorando o por do sol, Click click click... bum..., inúmeras vezes, em dias de festas alemã o cantos alemão e muita alegria motivadas pelo consumo de cerveja. Nas passagens de ano e carnavais as ruas lotadas de carros que iam para o Country Club.

Londrina, como esquecer?

Defranco
Enviado por Defranco em 20/03/2021
Reeditado em 20/03/2021
Código do texto: T7211883
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