CARRINHO DE ROLIMAN

"Enfim, pronto," disse um dos meninos.

O carrinho de roliman que os irmãos Weliton e Welton planejaram, finalmente estava concluído, foram meses de labuta; "bate prego daqui", "pafusa alí", "põe a roda acolá", e o sonho dos garotos do Paranoá estava realizado, não ficariam mais babando o carrinho dos moleques exibidos que desciam como loucos as ruas aladeiradas da cidade.

De fato, o carrinho de roliman dos irmão ficou top, bem feito, planejado e construído observando-se os mínimos detalhes. comparado aos outros, dos moleques exibidos, parecia uma Ferrari diante de

tantos calhambeques.

Os moleques invejosos, odiaram, os outros, exibidos, admiraram e ainda tinham os pessimistas, que diziam que aquele carrinho só tinha beleza e não andaria nada.

A grandiosa invenção dos irmãos foi colocada na pista de corrida, todos os presentes, de olhos bem arregalados, observavam a movimentação. Após uma boba e pequena discussão, os irmãos decidiram que que pilotaria primeiro seria o Weliton, anida deu tempo de ouvir um paspalhão invejoso dizer que aquela engenhoca nem sairia do lugar. Uma tensão sombria pairou sobre os irmãos; e se, de fato, nem andasse? nem saísse do lugar? como poderia, algo que eles nunca fizeram antes dá certo? Nem sequer testaram antes, Aquela ideia tinha tudo pra naufragar em pleno asfalto, que vexame seria, pensaram em desistir, não dava mais, alguém empurrou as costas do menino que empurraria o carrinho, não tinha mais volta, o menino foi empurrado e continuou empurrando, gritando sei lá o que, e o carrinho foi embalando, deixando pista e pessoas para trás, em determinado momento perceberam que aquilo não tinha nada de carro, muito menos de Ferrari, parecia, na verdade, era um míssil, que não demorou a decolar e alçar voo.

GILMAR SANTANA
Enviado por GILMAR SANTANA em 21/03/2021
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