Quem está pronto para a maternidade?
Hoje eu estava lendo um texto sobre maternidade, falando sobre como fazemos comparações.
Porque umas mães conseguem fazer tudo e outras estão descabeladas e quase nem consegue tempo para comer(exagerei um pouco, mais é a realidade). E entre as estrofes dizia, comparação é o ladrão da felicidade, do texto de Rafaela Carvalho.
Me fez lembrar quando fui mãe. Vamos começar do início, meu sonho era ser mãe, houve diversos coisas até eu conseguir realizar este sonho, tive abortos, tive gestão molar, passei por tratamento, até chegar a tão sonhada gravidez. Era de risco? Era, era sim, de alto risco, mas era a realização de um sonho.
Passei a gestação com os nervos a flor da pele, já que meu fator RH é negativo, o que complicava bastante, eu orava a Deus, pedindo que ele tivesse o mesmo sangue que o meu, por que se não fosse assim, teria que fazer uma cesária de urgência, para retirá-lo prematuro, para que ele pudesse sobreviver.
Deus ouviu minhas orações e ele
tem o mesmo sangue que eu. Ele nasceu de 36 semanas, por pura vontade de vir ao mundo, de parto fórceps, que fraturou sua clavícula na hora da passagem.Mas nasceu perfeito, com 3,400kg e 45 cm.
Falei tanto da gestação, mais queria mesmo falar de como foi depois, quando chegamos em casa. Ninguém me preparou para ficar sozinha com ele.
Quando começou a chorar e eu não sabia o motivo, não era fralda suja, não era fome, não era banho e eu não sabia o que fazer.
Meu desespero era tanto, que sentei na minha cama e chorei junto com ele, porque não tinha idéia do que fazer.
Até que chegou alguém e me disse:
_ Ele está com cólicas.
Ou quando estava amamentando de forma errada, que rachou os bicos dos seios, abriu tudo e sangrava. Eu tirava com todo cuidado do mundo o leite com a bombinha, para dar na mamadeira, para ele não ficar com fome. Até que outro desespero chegou, o leite estava começando a empedrar, não estava saíndo. Comecei a chorar, porque não era uma boa mãe, e não estava nem conseguindo alimentar meu filho, que não tinha leite.
Fomos na maternidade, a médica pediu para eu dar de e mamar pra ele, eu já estava quase chorando, imaginando a dor que seria, e ela me disse:
_ Não vai doer, você vai colocar o bico certinho na boca dele.
Fiz como ela mandou e não doeu. Nunca mais rachou os bicos. Lembra do choro, porque não tinha leite? Depois disso, tive tanto leite, que doava.
Mas eram noite mal dormidas, muitas vezes conseguia tomar café, às 2 da tarde. Uma verdadeira loucura.
Não eram somente coisas lindas, calmas, que falam sobre a maternidade. Eu não estava preparada para cada detalhe necessário, mas aprendemos na prática.
O pré natal é muito importante, nele me ensinaram o que fazer, se o bebê engasgar, e me foi muito útil, quando com poucos dias de nascido, ele engasgou, não precisei sair correndo com ele para o médico,nem um posto policial, com toda calma do mundo, fiz o que foi ensinado.
Também descobri que todos tem uma receita, como você deve criar seu filho, mas você vai descobrindo qual é o seu jeito.
Descobri que filho não vem com manual de instrução, em todas as fases da vida é um desafio. Você ensina, mas também aprende com ele. Durante a caminhada você irá errar, acertar, mas sempre estará fazendo o seu melhor.
Não compare seu filho, com o filho dos outros, nem você com outras mães. Cada qual tem suas dificuldades, seus erros e acertos, e cada pessoa é única.
O meu bebê hoje, tem 17 anos e com toda loucura que é ser mãe de primeira viagem, com as noites mal dormidas, com choros que só depois descobri ser cólicas e outras coisas, a dor do parto, a dor até chegar aos dez dedos de dilatação, o medo durante a gestação, se teria um filho perfeito ou não...
Passar por tudo isso, valeu a pena, todos os dias quando olho pra ele, penso que passaria por tudo novamente para ter este presente, chamado Matheus, como meu filho.
Podemos não estar preparadas para tudo o que acontece na maternidade, mas vamos aprendendo, rimos, choramos, lutamos, ensinamos, educamos, damos o melhor de nós, todo o nosso amor, viramos leoa prontas para defender a cria. Ser mãe, é um aprendizado a cada dia.
Rê Ferry