A DOR DE PERDER _ {Fatos Reais(3)}

Perder dói.

Dói perder, dói demais.

Como imaginar a dor de um pai, ao perder seu filho para uma bala perdida, achada e/ou direcionada até, no cotidiano violento do viver.

Como imaginar a dor de uma mãe ao sentir o corpinho de seu bebe que ao mamar vai-se esfriando, esfriando até que ao se olhar nota-se que ali não há mais vida; como compreender a expressão do seu olhar no velório, com seus olhos fixos, lacrimejantes, perdidos na dor, no vazio.

Como sentir a dor do irmão que ao levantar-se e olhar para a cama ao lado, não mais ver seu irmão e confidente, seja por qual motivo for...

A dor do dono, ao perder o seu animal de estimação, vendo-o estirado atropelado ou por uma doença, sem que ele pudesse impedir ou prevenir...

E a dor da amada ao ver seu amado embarcando para aquela viagem distante, na qual ele tentará conseguir os subsídios necessários para o sonho de vida-a-dois?

É como ter de imaginar a dor da anciã diante do caixão do companheiro de vida quinquagenária, recordando quantas coisas passaram juntos... e não mais passarão... tão só...

E eu?

Devo então lamentar a dor de te perder?

Mas como se eu nunca tive você? Se eu nunca te conquistei? Se você nunca foi... Aahh! ...“como se perder aquilo que nunca se conquistou?

Horácio F. Da Costa