** Amor Platônico **

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Todo romântico que se prese precisa ter lido sobre Platão, impossível negar, não é mesmo?

Outro dia uma amiga muito próxima disse “estar vivendo um amor platônico”. Basicamente conhecendo os textos de Platão é possível entender que ela esteja vivendo um amor que não chega a lugar algum. O fascínio por querer estar a onde a pessoa estaria, mesmo sem dizer uma palavra, era uma fissura que não via igual, simplesmente um desejo incontrolável, mas incrivelmente temente em ser notada. Essa foi uma das fases mais doidas que presenciei.

Eu, romântica incurável queria ser cupido, ir lá e apresentar ambos, poder fazer com que esse tal amor passasse a existir, mas com o passar dos dias notava uma certa doidice daquelas que descobri que se eu fizesse isso, bom, perderia a graça, deixaria de ser um amor platônico e simples assim, sabe por quê?

Dentro dos conceitos do filósofo, ele acreditava na existência de dois mundos – o das ideias, tudo seria apresentado perfeitamente, e o mundo real, finito e imperfeito uma péssima copia do mundo ideal-. Seria basicamente como uma imaturidade emocional, onde os limites das frustrações fogem explicitamente de uma relação concreta.

Aquele ser perfeito, sem defeitos e sem máculas. Um amor que não se toca, que não se confessa e não se materializa, nem mesmo permite-se existir fora desse mundo de ideias, quando ocorrem os toques, a pessoa platônica sente o mundo inteiro em seus lábios, e surgem as mais belas borboletas no estômago, mas sem deixar transparecer ao outro qualquer sentimento. Tudo no seu mundo perfeito e livre de qualquer realidade, tudo um sonho detido em uma fantasia saborosa. Só quem teve um amor desses poderá descrever o quão mágico pode tornar-se!

O quão mágico e doloroso, pois amar aquilo que você não tem, ao mesmo tempo que te faz sonhar, vai te corroendo por dentro, pois isso de querer aquilo que não pode ter é tão social, fomos feitos para amar o carro que não temos, a casa que não temos, a mulher que não temos, isso é tão capitalista e tão vazio, você constrói uma felicidade a partir desse amor tão falado por Platão, você idealiza aquela altura, aquela cor, aquele belo salário, aquele carrão, aquela vida perfeita, mas quem busca a perfeição nunca vai conhecer o amor verdadeiro, pra amar e ser feliz não precisa ter critérios, porquê amar tem seus mistérios e se você observar bem, com o que você tem você já é feliz e já vive o amor.

Não falo só sobre o amor romântico, mas amar a si mesmo, a conquistar a cada dia um sonho, mas não viver um platonismo que você só ama o que não tem quando o possui e não o ama mais. Sim, falo em possuir, pois o amor do ter nunca funcionou. Ter ou ser, eu prefiro ser amor e deixar acontecer, então me desculpa Platão, mas a sua filosofia de amar não me encanta não, sou mais Aristóteles “(verdadeiro amor significa que duas pessoas têm uma conexão única, como se fossem um só)”.

Aristóteles definiu o amor como Philia, que nada mais é que alegria, o amor da alegria é aquele que deseja que o momento seja sim, eterno, desde o convívio com a família ao amor seja namorada, esposa enfim, é o prazer desse instante ser eternizado e duradouro, com o curso que concluiu, com a profissão que planejou e assim não há pressa ou receio que se acabe o que se faz.

Esse é o amor que merecemos um desejo para que seja eterno enquanto dure, não é mesmo?

Em um mundo tão superficial que tudo tem uma data para terminar, um momento em que tudo é momentâneo e instantâneo e em um click tudo chega ao fim, onde um namoro começa e termina por uma mensagem, onde abreviar tem mais poder que um textão (uma pena, porque eu amo textão rsrsrs). O tempo que durar vale ouro e deve sim, ser vivido cada dia como se fosse o último e aproveitar cada momento o tornando uma Philia de amor!!!

Amar, amor é um assunto que rende, que vende. Quantas comédias românticas fazem-nos sonhar com o amor que tudo nos possibilita, um amor clichê, ou só um amor, na realidade não podemos somente amar, mas temos que viver o amor, jogar-se realmente sem medo, porque errado é quem não te retribuir, a famosa reciprocidade, mas assim ame do seu jeito pode ser até com defeitos porque amar não tem regras a seguir.

Se te faz bem ame, grite, demonstre. O mundo vai mal, mas o amor é a salvação, na minha teoria onde encerro essa crônica vou te falar: o amor é o remédio do mundo onde acontece tudo por falta de amor. Então me ajude a salvar o mundo e ame, seja simpático com o porteiro, elogie sem medo porque amar e ser do bem não faz mal a ninguém.

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Eu sou Gerônimo Aruan e junto com a poetisa Elisa Strubb viemos lhe deixar essa reflexão.

(Seja amor a cada segundo da sua vida, ame sem medo, ame seu bichinho, seu namorado, sua flor, mas ame com o real amor, o amor que só você sabe sentir).

Um prazer meu caro Gerônimo poder discursar sobre esse tema tão implícito em nossas veias e gratidão por compartilhar um pouco da sua filosofia comigo!

Beijos Doces *_*

Elisa Strubb e Gerônimo Aruan
Enviado por Elisa Strubb em 16/05/2021
Código do texto: T7257242
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