Eu sou umbandista!
Mas o que é isso? O que é ser umbandista?
É não ter vergonha de dizer: "Eu sou umbandista!"
É não ter vergonha de ser identificado como umbandista; é se dar, acima de tudo, a um trabalho espiritual.
É saber respeitar para ser respeitado; é saber ouvir para ser ouvido; é saber amar para ser amado; e saber dar um pouco de si para receber um pouco de Deus dentro de si.
É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus e quem os recebe com certeza os mereceu.
É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho.
É ter respeito por sua Casa, por seu(s) dirigente(s) e Babalorixá(s) e pela religião de Umbanda como um todo; é entrar em um Terreiro sem ter hora para sair.
É ser chamado de atrasado, de ignorante, conservador... e ainda assim amar a religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece.
É acreditar, mesmo nos piores momentos, com a pior das doenças, espiritual e material, que os Orixás e as Entidades, mesmo que não possam nos tirar dessas situações estarão ali, ao nosso lado, momento a momento, nos dando força e coragem para seguir adiante.
É antes de tudo acreditar nos Orixás e nos Guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus.
É dizer sim, onde outros dizem não; é saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos estão fazendo: a caridade.
É vestir o branco sem vaidade; é colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade, onde muitos possam ver ostentação.
É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca; é não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros.
É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros.
É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das Giras, sentindo seu corpo moído e, ao mesmo tempo, sentir a satisfação e o bem-estar por mais um dia de trabalho.
É sentir a força do zuar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação e sua força dentro de uma gira e dentro de um trabalho espiritual.
É ver um consulente entrar no Terreiro chorando e vê-lo mais tarde sair sorrindo; é ter esperança que um dia, nós umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo.
É ser umbandista mesmo que os outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação e seu suor, suas lágrimas e sacrifício não sejam Umbanda.
É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não tem vaidade; é saber que as palavras somente não bastam, deve haver atitude junto a elas, falar e fazer, pensar e ser, ser e nunca estar apenas.
É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura...
É saber que a Umbanda é livre, não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram, como qualquer outra religião, que como tal, pode e deve ser respeitada.
É saber que você não escolheu a Umbanda, mas a Umbanda que escolheu você.
(Texto adaptado de fonte desconhecida).
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